"O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é. Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes."
("A Insustentável Leveza do Ser", Kundera)
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Ser pesado nem é bom, nem fácil. Mas há um risco em sermos leves demais: nos tornarmos não-reais, ou seja, nos perdermos de nós mesmos.
Pense nisso.
Boa semana.
Beijo grande.
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