:: Atualizado quase que Diariamente ::

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sentidos - Alberto Caeiro


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. 
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem por que ama, nem o que é amar.
(Alberto Caeiro)
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(precisando de uma atividade solar...)
Bom final de semana a todos.
Beijo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Vida é um Self Service


A Vida é um Self Service
As opções são infinitas, mas é preciso escolher bem o que se coloca no prato. E melhor ainda, o que se joga pra dentro.

Ando meio decepcionada com a minha geração. A galera chegou aos 25, 30 anos completamente louca! Que isso!! A galera tá bebendo muito, usando muita parada errada, correndo demais, zuando tudo. Não respeitam nada. Galerinha com estudo, boa formação, mas com a cabeça em lugar nenhum. Pô, nós somos a geração do Plano Real, economia estabilizada, inflação baixa, com excelentes oportunidades de ascensão. Somos a geração do Ensino Superior Completo, especialmente o Privado (q ficou mais acessível em localização e preço). Não pegamos Ditadura, Censura, nem a fase critica da Aids.

É muita falta de critério. O pessoal tá botando qualquer porcaria pra dentro. O pior é que depois, desce doído. Consomem de tudo. Ofereceu, já tão aceitando. Calma aí!! Pensamento critico pra quê, né?! 
Basta lembrar dos ultimos casos estranhos da galera "sem noção": O caso Nardoni; O caso Glauco, que dois rapazes entre 23 e 30 anos participaram do assassinato; O caso Bruno; O caso do Rafael mascarenhas (todos os motoristas envolvidos têm entre 25 e 30 anos tb); O caso do outro rapaz que atropelou uma dona de casa em São Gonçalo (apareceu esta semana na midia. Ele tb tem 25 anos). E por aí vai. A galera tá pegando pesado. Estão totalmente sem freio (literalmente).

"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém." (I Corintios 6:12)
Tá tudo aí. É só escolher. Mas vamos tentar escolher certo pessoal, porque depois só vomitando muito pra colocar pra fora. E a tarifa da balança (da vida) é alta. Não dá pra sair sem pagar não.

Lembrei de outro texto...
o do espinho na carne de Paulo. (II Corintios 12:7-9)
Paulo mesmo reconhece que o espinho lhe foi dado pra que ele não ficasse altivo, soberbo e demasiadamente auto-confiante. As vezes penso se não está faltando um espinho na carne desse pessoal. Algo que os traga pra realidade e mostre o quanto somos limitados. Todos nós. Limite de berço parece que não tiveram mesmo. Quem sabe, um espinho não ajudaria. Imagina um espinho na carne! E no original, não se lê algo parecido com uma farpa não. É algo parecido com uma estaca (do grego "skolops"). Acho que deve doer um pouquinho, além de limitar alguns movimentos.

Meus filhos vão ser espetados desde cedo pra ficarem espertos. E se não funcionar, eu lhes enfio a estaca na carne (rs). Brincadeiras a parte, que Deus tenha misericórdia de nós e de nossos filhos, pois eles poderão ser amigos dos filhos desses pais "sem noção". Que Ele nos direcione a boas escolhas e nos ajude e oriente nas más digestões.

Bom dia.
Beijo grande.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

"... tomem conta de mim."

"Meu coração dilacerado agradece sinceramente a todos vocês
e peço que tomem conta de mim. Beijos" 
(postado por Cissa Guimarães via twitter em 24/julho, 
4 dias após a morte de seu filho caçula, Rafael Mascarenhas)

Têm momentos na vida que só temos força pra fazer um pedido: tomem conta de mim. Não pedimos água, nem comida, nem cobertor, nem banho, nem beijo, nem abraço, nem companhia. Queremos cuidado. Mais do que querer, precisamos.

Neste caso, é o luto. Dizem que não há dor pior do que a perda de um filho. Imagino. Perder uma pessoa amada é muito ruim. Em qualquer idade. O vazio é horroroso. A pessoa vai embora, mas fica todo o resto: o cheiro, as roupas, as fotos, os bilhetes...

"...tomem conta de mim." Só isso. Normalmente as pessoas não sabem o que dizer a alguém que está em luto. Preferem nem ligar, nem chegar muito perto. De fato, muita gente perto no ranger da dor é ruim (minha opinião), mas como precisamos que cuidem da gente. O chão some. O apoio assume um significado quase que literal. Nossas pernas e colunas não são suficientes para nos manter em pé. 

Desconheço uma fórmula, um padrão comportamental do "bom cuidador". Arriscaria dizer que o "bom cuidador" é aquele que se identifica com a dor do outro; que busca sabedoria pra se apresentar no melhor momento; que observa, mesmo de longe, a necessidade do outro e age para supri-la (digo agir porque orações são sempre bem vindas, mas ninguém vive só de oração, e quem só ora pra mim é um preguiçoso); é aquele que abraça como quem acolhe, como quem traz pra si. 

Conheci "bons cuidadores" ano passado. Poucos. São sempre poucos. E não acho que precisem ser muitos não. Os que tive, me foram preciosíssimos e suficientes. Ainda dói. Muito. Ainda é difícil seguir em frente. Por isso digo que imagino a dor que ela esteja sentindo. Só imagino. Porque a dor é dela. A dor é de quem sente. É egoísta mesmo. E pra quem só imagina, só resta o cuidado. Tomar conta.

Sou eternamente grata aos que de mim cuidaram. 
Eu os reconheço no meio de muitos.

terça-feira, 27 de julho de 2010

As Vitimas de Guerra e a Convenção de Genebra (1949)

Um pouco de Direito Internacional...
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Direito Internacional Humanitário

Convenção III, Convenção de Genebra Relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de Guerra de 12 de Agosto de 1949.

Adoptada a 12 de Agosto de 1949 pela Conferência Diplomática destinada a Elaborar as Convenções Internacionais para a Protecção das Vítimas da Guerra, que reuniu em Genebra de 21 de Abril a 12 de Agosto de 1949.

(Pintura de Winslow Homer, "Prisoners From the Front")

TÍTULO II
Protecção geral aos prisioneiros de guerra

Artigo 12.º
Os prisioneiros de guerra ficam em poder da Potência inimiga, e não dos indivíduos ou corpos de tropas que os capturam. Independentemente das responsabilidades individuais que possam existir, a Potência detentora é responsável pelo tratamento que lhes é aplicado. Os prisioneiros de guerra não podem ser transferidos pela Potência detentora senão para uma Potência que seja parte na presente Convenção e depois de a Potência está disposta e em condições de aplicar a Convenção.

Quando os prisioneiros são transferidos nestas condições, a responsabilidade pela aplicação da Convenção é da Potência que aceitou recebê-los, durante o tempo em que eles lhe estiverem confiados.

No entanto, se esta Potência faltar às suas obrigações no cumprimento das disposições da Convenção sobre qualquer ponto importante da Convenção que transferiu os prisioneiros de guerra deve, tomar medidas eficazes para remediar a situação ou pedir que lhe sejam restituídos os prisioneiros de guerra. Tais pedidos deverão ser satisfeitos.

Artigo 13.º
Os prisioneiros de guerra devem ser sempre tratados com humanidade. É proibido, e será considerado como uma infracção à presente Convenção, todo o acto ou omissão ilícita da parte da Potência detentora que tenha como consequência a morte ou ponha em grave perigo a saúde de um prisioneiro de, guerra em seu poder. Em especial, nenhum prisioneiro de guerra poderá ser submetido a uma mutilação física ou a uma experiência médica ou científica de qualquer natureza que não seja justificada pelo tratamento médico do prisioneiro referido e no seu interesse.

Os prisioneiros de guerra devem também ser sempre protegidos, principalmente contra todos os actos de violência ou de intimidação, contra os insultos e a curiosidade pública.

São proibidas as medidas de represália contra os prisioneiros de guerra.

Artigo 14.º
Os prisioneiros de guerra têm direito, em todas as circunstancias, ao respeito da sua pessoa e da sua honra.

As mulheres devem ser tratadas com todo o respeito devido ao seu sexo e beneficiar em todos os casos de um tratamento tão favorável como o que é dispensado aos homens.

Os prisioneiros de guerra conservam a sua plena capacidade civil igual à que tinham no momento de serem feitos prisioneiros. A Potência detentora não poderá limitar-lhes o exercício daquela, quer no seu território quer fora, senão na medida em que o cativeiro o exigir.

Artigo 15.º
A Potência detentora dos prisioneiros de guerra será obrigada a prover gratuitamente aos seu sustento e a dispensar-lhes os cuidados médicos de que necessite o seu estado de saúde.

Artigo 16.º
Tendo em consideração as disposições da presente Convenção relativas à graduação e ao sexo, e sob reserva de todo o tratamento privilegiado que possa ser dispensado aos prisioneiros de guerra em virtude do seu estado de saúde, da sua idade e das suas aptidões profissionais, os prisioneiros devem ser todos tratados da mesma maneira pela Potência detentora, sem qualquer distinção de carácter desfavorável, de raça, nacionalidade, religião, opiniões políticas ou outra baseada em critérios análogos.
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Até a guerra possui seus acordos, seus esquemas. Nunca tinha pensado nisto. Pra mim era só sair explodindo tudo, matando os inimigos e tudo certo. Mas não.
(me lembrei agora do tempo em que eu passava horas jogando "war")

Interessante que este acordo foi realizado anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Uma pena... (ironia). Pessoas burras! Frustradas! Intransigentes! Irresponsáveis, cruéis. As guerras deveriam ser proibidas em acordos mundiais e não regulamentadas. E os governantes deveriam parar de compensar a falta de masculinidade no poderio bélico.

Quem já viu "Guerra ao Terror"? Um filme da premiada Kathryn Bigelow, sobre a recente e polêmica Guerra do Iraque. Bom pra entender algumas coisas: a luta não resolve; nunca acaba; e vicia.
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*A II Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica, industrial e científica a serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, com mais de setenta milhões de mortos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

É o que Me Interessa - Lenine


É o Que Me Interessa
(Lenine)

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego, atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

Estrela de Papel - Edu Tedeschi


Estrela De Papel
(Edu Tedeschi)

Eu não vivo nesse mundo
Eu não tenho os pés no chão
Vou daqui pra lá voando
Me alimento de ilusão

Acredito em cada sonho
Isso é o que me faz viver
Se não sigo acreditando
Nunca que virá a ser

Realidade
Para ter paz
É preciso fé em Deus, muita saúde
E um pouco de amor a quem lhe quer bem

E o resto vem
Devagar
Não convém
Dar a cara para bater
E dizer que não valeu
Se tudo está pra acontecer

Felicidade
Nada de mais
Três desejos: fé em Deus, muita saúde
E um pouco de amor a quem lhe quer bem 
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E quando acordar, bom dia!
E uma feliz semana.
Beijão

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Oração Recorrente

- Senhor?
- Pode falar.
- Às vezes tenho a sensação de que tudo deveria ser mais simples e mais leve.
Acho que entendemos tudo errado...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Felicidade - Sigmund Freud


A felicidade é um problema individual. 
Aqui, nenhum conselho é válido. 
Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.
(Sigmund Freud)

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Aproveitamento um atual estado de contentamento e paz.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Procuram-se Amigos (Ricardo Gondim)

Procuram-se amigos
(Riardo Gondim)

Quando eu era menino, mamãe me aconselhava a tomar cuidado com os meus amigos. Depois, quando cresci mais, papai repetiu o surrado provérbio: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”. Passados vários anos e com tanta água sob pontes e viadutos, não consigo avaliar se consegui obedecê-los. Sinto, porém, que preciso achar novos amigos.

Cheguei à meia idade bem decepcionado com a palavra Amizade. Esfolei os joelhos nos desdéns, aprofundei as ranhuras da cara com decepções e perdi tufos de cabelo com traições. Mas mesmo assim, reluto; não posso tornar-me cético, sei que devo manter-me próximo de amigos verdadeiros - Isso não é fácil!

Faz pouco tempo, devido à internet, encontrei um colega (já não posso chamar-lhe de amigo) - estranho, eu o considerava um "irmãozão". Havíamos perdido o contato há alguns anos. Redigi e mandei-lhe uma mensagem cheia de afeto e saudade. Na verdade, eu estava carente, necessitado de vínculos leais. Tal como um doente que aperta a campainha da UTI, desesperado pelo socorro do médico, eu clamava por sua atenção. Arrazado, amarguei uma resposta horrível. Ele candidamente agradeceu a “carta eletrônica” e não hesitou em propor que, daquele dia em diante, compartilhássemos esboços de sermão. Quase chorei. A última coisa que eu precisava era um “esqueleto” de pregação. 

Entretanto, mesmo amealhando decepções, insisto em garimpar amigos.

Quero ser amigo de quem valoriza a lealdade. Quando papai esteve preso, o estigma de subversivo grudou nele. Um dia, ele me contou com lágrimas nos olhos que vários ex-colegas da Aeronáutica desciam a calçada para não se verem obrigados a cumprimentá-lo. Guardo esse trauma e, sinceramente, não consigo lidar com amizades de conveniência.

Preciso acreditar em amizades que não se intimidam com censuras, que não retrocedem diante do perigo e que não abandonam na hora do apedrejamento. Amigos não desertam.

Quero ser amigo de quem eu não deva me proteger, mas que também não se sinta acuado e com medo de mim. Não creio em companheirismo lotado de suspeita. Grandes amigos são vulneráveis; conversam sem cautela; sentem-se livres para rasgar a alma e sabem que confidências e segredos nunca serão jogados no ventilador da indiscrição. Amigos preferem proteger os amigos a defender normas, estatutos e leis.

Quero ser amigo de quem não se melindra com facilidade. Eu me conheço, sei que piso em calos. Agrido com meus silêncios. Uso a introspecção para tecer comentários ácidos e impensados. Às vezes quanto mais tento, mais me mostro tosco. Vou precisar de amigos que tolerem as minhas heresias, hesitações e pecados. Dependo de que suportem o baque de minhas inadequações, e que sejam teimosos em me querer bem.

Quero ser amigo, não simples parceiro de vocação. Já preguei em igrejas em que o pastor, depois da programação, se despediu de mim na calçada do aeroporto e nunca mais tive notícias dele ou da igreja. Não vou colocar o meu nome em conferências ou congressos que só me querem para divulgação. Recuso-me a reforçar eventos que engradecem pessoas ou instituições, mas não criam vínculos de carinho ou de cuidado.

Já não aguento abraços coreografados. Manifestações artificiais de coleguismo, me enfadam. Tornou-se ridículo para mim testemunhar pessoas dizendo "somos uma só família em Cristo" e depois vê-las alfinetando os "irmãos" com comentários venenosos.

Amizades certinhas, alimentadas por pieguismo e textos re-encaminhados de power-point, já não dizem muita coisa. Quanta preguiça e descuido jazem nas entrelinhas dos cartões de aniversário com frases prontas. Verdadeiros amigos sabem que seus sentimentos são preciosos e como é valioso compartilhá-los. Amizades superficiais são mais danosas do que inimizades explícitas

Quero ser amigo de quem não tem necessidade de parecer certinho. Não tolero conviver com quem nunca tropeça nos próprios cadarços ou que jamais admitiu ter sonhos eróticos. Ando cauteloso com quem se arvora de ter a língua sob controle absoluto.Vez por outra preciso relaxar, rir do passado, sonhar maluquices para o futuro e conversar trivialidades.

Necessito de amigos que se deliciam em ouvir a mesma música duas vezes para perceber as sutilezas da poesia. Como é bom encontrar um velho camarada e comentar aquele filme que a gente acabou de assistir. Adoro partilhar pedaços do último livro que li. Vale contar com amigos que numa mesma conversa, elogiam ou espinafram políticos, pastores, atores, árbitros de futebol. Não existe preço para riso ou lágrima que vem da poesia.

Quero terminar os dias e poder afirmar que, mesmo desacreditado das ideologias, dos sistemas econômicos e das instituições religiosas, jamais negligenciei a minha melhor fortuna: meus bons e velhos amigos. Contudo, ainda desejo encontrar mais amigos.

(postado por Ricardo Gondim em 20/07/2010)
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Não conheço Ricardo Gondim pessoalmente, mas partilhamos e externizamos um mesmo sentimento, no mesmo dia.
Óbvio que ele escreve muito melhor do que eu! ;]
Confortante saber que não sou só eu que ando cansada de algumas coisas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Gosto de Gente. Mas vê se não Enche.


Eu sou do povo. Falo com todo mundo. Faço gracinhas, ouço muita gente, mas confesso que me sinto cada vez mais seletiva com as pessoas que compartilho minha vida. Tenho cada vez menos paciência com gente estranha, falsa, invejosa, egocêntrica. Aff! Foi época que eu conseguia lidar com pessoas assim , sem muito estresse. A medida que o tempo passa, me torno mais objetiva: dá, dá; não dá, não dá; sinto que posso confiar, confio; vacilou, vaza! Conheço tanta gente ruim. Gente que ri na frente e fala mal pelas costas. Gente que só quer sugar, verdadeiros "vampiros" (te procuram numa fase ruim, sugam todas as suas forças e vão embora sem nem dizer obrigado). Gente interesseira... 
E os doidos?! Putz! Tô fora. Sem chance.

Conheço também pessoas muito simples. Por essas eu me apaixono fácil. Gente de verdade, gente com a cabeça boa, com valores bem firmados. Gente de coração aberto, que esperam muito pouco em troca.
Tenho muito amor por esta gente. Aliás, tenho amor por muita gente. Até pelas pessoas complicadinhas descritas ali em cima (rs). Mas me sinto sim, cada vez mais seletiva com quem eu quero por perto. E mais: sei exatamente com quem posso contar.

Evito os chatos, os interesseiros, os frios, os falsos, os que estão sempre com pressa. Gosto de gente de verdade. Gente que gosta de gente tb. Gente que sua, fica bravo, sente dor, fala palavrão, pula de alegria, que gosta de bater papo, que brinca com nossos defeitos, que incentiva (sem botar olho gordo), que não cala a risada espontânea. Gosto de gente grata (odeio ingratidão!). Gosto de gente generosa. Gosto de gente que cuida.

Gosto de comer com os amigos. Acho a refeição um momento tão sagrado! Só faz bem se desce bem. E pra descer bem, tem que ter comida boa, boa companhia e bom papo. Gosto de fazer gracinhas tb. Ah, como somos felizes quando estamos juntos! É muita bobeira (rs). Gosto de conversar sobre a vida com meus amigos, filosofar... viajar nas ideias. Gosto de fazer música, tocar junto.

É isso...

Feliz Dia do Amigo aos meus!
Eu os amo demais! Vcs conhecem minh'alma e meu coração. Sabem o que esperar de mim (e o que não esperar tb).
Que Deus nos livre das pessoas ruins.
Bom dia a todos.
Beijo grande.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Espelho (nada) Mágico


"Nossos perigos podem vir de nós próprios,
portanto, o corajoso tem coragem de enfrentar
a si mesmo." 
(Ricardo Gondim)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Endorfina Vicia


Comecei uma série nova (na academia) semana passada. Malhando de 2ª a 6ª, acordei no sábado com dor até nos cílios (rs)! Um horror! Eu sou intelectual, não sou atleta! Meu corpo precisa saber disso pra ver se pára de armazenar calorias desnecessárias nos adiposos. 

Descansei no fim de semana e acredita que até senti saudade?! Coisa estranha! rs
O treino é duro, mas sentir a endorfina tomando conta do corpo compensa muito. Que coisinha boa é esta tal de endorfina! Acho que viciei (rs). É claro que o meu maior interesse é no resultado final, e isto significa fazer as pazes com a balança, e não em "poxa, como preciso de endorfina hoje!". Com certeza dá muito prazer, mas pizza e chocolate também dão! rs

Na verdade, acho que tenho substituído a satisfação do doce e do carboidrato, pelo prazer das dores musculares. É uma troca razoável. Tem dado certo!. Já perdi 6kg (em 20 dias). Só na determinação e na receita da vida saudável. Sem remédios e cirurgia. Não está fácil não. Tem sido muito difícil! Alguns dias mais do que outros. Mas quando eu encasqueto com uma coisa... já era! Ou eu consigo, ou eu consigo. 

Acredito que um dos segredos de uma vida realizada é ter foco: traçar um objetivo, montar um planejamento, ter disciplina (vontade sem planejamento e disciplina vira frustração) e manter-se determinado até conseguir. Costumo aplicar isto em todos os meus sonhos e projetos. Confesso que tenho colhido bons frutos nesta minha maneira de viver a vida. Alguns, vocês têm acompanhado de perto, alguns me permito curtir sozinha. Perder peso é um dos meus novos projetos. Tomara que eu inspire você também, de alguma forma.

Nunca desista! Nunca.
Complete um projeto. Isto vai te encher de forças e auto-confiança pro próximo. Então siga e complete o próximo tb... ganhe mais confiança, trace novos planos e os complete novamente. 
Nunca se intimide pelo tamanho do obstáculo. Encare-o. É a melhor coisa que podemos fazer por nós mesmos.

Bom dia.
Beijão

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tiago 1:2-12

"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos. Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam." (Tiago 1:2-12)
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Aguenta firme. Não desista.
Nenhuma luta dura pra sempre.
O fogo refina. Nos torna pessoas melhores, acredite.

Bom dia.
E novo ânimo.
Beijo.

Itaipava GT Brasil + TNT SuperBike

Itaipava GT Brasil
Neste final de semana acontece a 4ª etapa do Itaipava GT Brasil no Autódromo de Jacarepaguá, RJ. O campeonato dos carros mais cobiçados do mundo faz sua 4ª etapa em Jacarepaguá -  RJ, nos dias 16, 17 e 18 de julho. A GT Brasil  reúne no mesmo grid duas categorias distintas, a GTBR3 e a GTBR4. A GTBR3 é a versão atualizada da GT3 Brasil. Mantém a lista de carros dos sonhos devidamente preparados para corrida, como Ferrari, Ford GT, Lamborghini Gallardo, Porsche e Dodge Viper. Mas agora esses carros dividem espaço dentro da mesma corrida com os modelos da nova GTBR4 – que absorveu participantes do antigo Itaipava Trofeo Maserati -  além de permitir a entrada de veículos de outras marcas ao longo do ano. As duas classes, GTBR3 e GTBR4, têm desempenho diferente e, exatamente por este motivo, pontuação separada. Mas largam juntas para formar um grid ainda mais interessante. As corridas podem ser acompanhadas ao vivo com transmissões na RedeTV!. E, claro, nas arquibancadas das pistas. A programação no autódromo são para: Itaipava GT Brasil mais a prova da SuperBike como evento de suporte. As motos passaram a acompanhar regularmente o calendário em 2010. É o que permite ao Itaipava GT Brasil levar ao circuito dois públicos diferentes: os fanáticos por duas ou quatro rodas. Gente que, no fim, forma a mesma tribo. Os apaixonados pela velocidade.


TNT Super Bike
O TNT SuperBike (são as corridas dentro do Itaipava GT Brasil, onde corre apenas a categoria 1.000cc, no mesmo dia em que corre a GT3) Para este ano contaremos com 8 Etapas, sendo 4 em SP. Campeonato que definirá o Campeão do TNT SuperBike. É o Campeonato das motos que são fabricadas em série. Exatamente as mesmas motos que saem de fabrica em vão para as lojas. Melhor dizendo: igual às motos que vemos nas ruas ou que muitos têm na garagem de casa. (é verdade que embora elas ja venham fortes de fábrica, as de corrida recebem ainda mais potência, e assessórios que aumentam, e muito, sua já impressionante performance). É por esse e outro motivos que os Campeonatos de SuperBike mundo a fora, são os que mais crescem, atraem mídia, publico e fãs. Afinal, é muito mais divertido ver a mesma moto que encontramos na rua, correndo a 300km/h no autódromo, em pegas alucinantes. Um Campeonato 100% televisionado AO VIVO, onde pilotos de diversas categorias são responsáveis por um espetáculo cheio de emoção, plasticidade, sons de arrepiar, pegas eletrizantes, e muito mais.
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E aí?! Bora assistir?! :]

PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira (16)
10h35 - 11h20 1º Treino Livre - Itaipava GT Brasil
13h05 - 13h50 2º Treino Livre - Itaipava GT Brasil
15h05 - 15h50 3º Treino Livre - Itaipava GT Brasil
Sábado (17)
09h30 - 10h15 4º Treino Livre - Itaipava GT Brasil
11h30 - 12h15 1º Treino Classificatório - Itaipava GT Brasil
12h30 - 13h15 2º Treino Classificatório - Itaipava GT Brasil
15h50 - 1ª Corrida - Itaipava GT Brasil
Domingo (18)
09h45 - 10h00 Warm Up - Itaipava GT Brasil
13h00 - 2ª Corrida - Itaipava GT Brasil



Maiores Informações

terça-feira, 13 de julho de 2010

Escutatório - Rubem Alves


Escutatório
(Rubem Alves)

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.

Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.

Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... "

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mães Más - Dr. Carlos Hecktheuer


Mães Más
(Dr. Carlos Hecktheuer) 

Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: 

- Eu os amei o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas regressarão? 

- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. 

- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram da mercearia e os fazer dizer ao dono: "Nós roubamos isto ontem e queríamos pagar". 

- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês 2 horas, enquanto limpavam o seu quarto; tarefa que eu teria realizado em 15 minutos. 

- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. 

- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. 

- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. 

Estou contente, venci... porque no final vocês venceram também! E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: 


"Sim... nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo. 

As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão. 

Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos que íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos. 

Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. 

Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos pensamentos. 

A nossa vida era mesmo chata. 

Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos. Tinham de subir, bater à porta para ela os conhecer. Enquanto todos podiam sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16. 

Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências da adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido em atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. 

Foi tudo por causa dela. Agora que já saímos de casa, nós somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "pais maus", tal como a nossa mãe foi." 

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: Não há suficientes Mães más...
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Conheci este texto quando estava saindo de casa pra construir a minha própria familia. Como me identifiquei!! rs
Minha mãe foi bem chata! E má também!!
Mas como agradeço a ela por isto!

E falando em educação, limites, amor, disciplina, relacionamento entre pais e filhos... queria indicar duas leituras bem legais e fáceis, para pais-educadores, educadores ou pais somente:

1) Disciplina: limite na medida certa - Autor: Içami Tiba - Editora Integrare
2) Pais Brilhantes, Professores Fascinantes - Autor: Augusto Cury - Editora Sextante

Boa leitura.
Bom dia.
Boa semana a todos.
Beijo grande.