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terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Caso do Rato na Mesa

Restaurantes do Shopping Tijuca têm mercadorias apreendidas 
(O Globo 31/08/2010)

RIO - Em uma operação surpresa no Shopping Tijuca, na Avenida Maracanã, policiais da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) autuaram cinco dos 20 estabelecimentos de alimentação que funcionam na área de restaurantes do shopping. As lojas Grande Muralha, Viena, Doce Delícia, Montana Grill e Camarão e Cia tiveram mercadorias apreendidas pelos policiais com validade vencida ou falta de especificação das datas.

Os cinco gerentes das lojas foram prestar depoimento na Decon, que fica na Gávea. Já os proprietários serão indiciados no artigo 7, IX, da Lei 8137/90 (vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo), com pena de dois a cinco anos ou multa.

Delegado: operação foi causada por queda de um rato na mesa do almoço

Foi por causa de um rato, que caiu numa mesa com clientes, durante almoço na praça de alimentação do shopping, que a Decon decidiu fazer a operação.

- Decidimos fazer hoje por causa do caso do rato e das denúncias de que o shopping está cheio de ratos. Visitamos todos os restaurante e autuamos cinco deles. Em alguns, a cozinha estava impraticável. Além disso, temos reclamações destes cinco restaurantes - disse o delegado Carlos Augusto Nogueira, titular da delegacia.

Uma cliente que estava na praça de alimentação esclareceu que, na noite de segunda-feira, esteve no Restaurante Grande Muralha e deixou tudo no prato.

- Estava com cheiro e sabor ruim. Estava ruim demais, deixei tudo - disse a jornalista, que preferiu não se identificar.

A operação chamou a atenção dos frequentadores do shopping que estavam na praça de alimentação. Alguns deles ficaram revoltados com os estabelecimentos comerciais.

À tarde, a assessoria de imprensa do Shopping Tijuca informou em nota que "a responsabilidade pela operação e cumprimento das normas legais é de inteira responsabilidade de cada lojista. Ainda assim, permanentemente acompanha e orienta seus lojistas a cumprirem as normas vigentes na relação com os consumidores, promovendo inclusive palestras e workshops apresentados por profissionais da área de saúde e vigilância sanitária. Por outro lado, periodicamente, e em conformidade com o protocolo existente, realiza ações de combate e controle de vetores". Declara ainda que a ação da Decon teve "total apoio" do shopping, já que "acima de qualquer coisa deve ser preservada a saúde e o bem estar dos consumidores".

Supermercado foi multado na semana passada
Na semana passada, o supermercado Sendas, no Leblon, foi multado em R$ 2 mil, após agentes da Subprefeitura da Zona Sul e da Vigilância Sanitária encontrarem diversas irregularidades, como produtos fora da validade e armazenados abaixo da temperatura adequada. Também foram encontradas pequenas baratas no forro onde estavam expostas algumas frutas.

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Por essas e outras, que eu odeio comer na rua. Pena, que nem sempre dá pra manter a comidinha de casa. 

O pior é que os supermercados também andam num nojo só. Tá difícil!

(Eu faço feira pra não precisar comprar frutas, legumes e peixe no mercado. E já venho há algum tempo com vontade de voltar a comprar carne no açougue e frango no aviário. Vai acabar ficando mais caro e dando mais trabalho, mas as carnes do mercado estão muito estranhas...) 

Saudade de tempos onde a vida não era tão prática, tão embalada, tão congelada, tão cheia de química. Saudade de tempos onde a vida era mais limpinha, mais saudável. Tempos que não voltam mais.

domingo, 29 de agosto de 2010

Solo Sagrado

Sejamos sensíveis para descalçar as sandálias, sempre que pisarmos o solo sagrado do coração do nosso próximo.

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Cuidemo-nos. Em amor, carinho e respeito.
Guardemo-nos. Em fidelidade e cumplicidade.

Boa semana pra nós.
Beijo grande.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Encontro de História e Educação - RJ

(clique na imagem para ampliá-la)

Maiores Informações: unirio.br/IIEHEd-RJ

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Ciência da Bondade

A ciência da bondade

  © MHI/ISTOCKPHOTO

Por que as pessoas fazem o bem? A bondade está programada no nosso cérebro ou se desenvolve com a experiência? O psicólogo Dacher Keltner, diretor do Laboratório de Interações Sociais da Universidade da Califórnia, em Berkeley, investiga essas questões por vários ângulos e apresenta resultados surpreendentes. Em seu novo livro Born to be good: the science of a meaningful life (W.W.Norton, 2009, ainda sem tradução em português), Keltner compila descobertas científicas que revelam o poder da emoção humana inata e criam conexões entre as pessoas, segundo ele um caminho eficaz para uma boa vida. Em entrevista, o pesquisador discute altruísmo, neurobiologia e aplicações práticas de suas descobertas.

Mente&Cérebro - Para o senhor, que quer dizer a expressão “nascido para ser bom”?
Dacher Keltner - Significa que a evolução criou uma espécie, os humanos, com inclinação para bondade, brincadeira, generosidade, reverência e autossacrifício - vitais para a evolução, vale dizer, sobrevivência, replicação genética e habilidade de convívio em grupo -, que se manifestam por meio de emoções como compaixão, gratidão, medo, vergonha e felicidade. Estudos recentes revelam que as capacidades humanas de cuidar, brincar e respeitar foram desenvolvidas pelo cérebro e pela prática social.

M&C - Uma das estruturas corporais que parece ter sido adaptada para gerar altruísmo é o nervo vago, como sua equipe em Berkeley descobriu. Fale um pouco sobre essa pesquisa e suas implicações. 
Keltner - O nervo vago é um feixe neural que se origina no topo da espinha dorsal. Ele estimula diferentes órgãos (como coração, pulmão, fígado e aparelho digestivo). Quando ativo, produz uma sensação de expansão confortável no tórax, como quando estamos emocionados com a bondade de alguém ou ouvimos uma bela música. O neurocientista Stephen W. Porges, da Universidade de Illinois em Chicago, há tempos argumenta que essa região cerebral é o “nervo da compaixão”. Acredita-se que esse nervo estimule alguns músculos na cavidade vocal, permitindo a comunicação. Estudos recentes apontam que ele pode estar conectado à rede de receptores para a oxitocina, neurotransmissor relativo à confiança e aos laços maternais. Nossas pesquisas e as de outros cientistas indicam que a ativação dessa região está associada aos sentimentos de cuidado e intuição que humanos de diferentes grupos sociais têm. Pessoas com alta ativação dessa região cerebral são mais propensas a desenvolver compaixão, gratidão, amor e felicidade. A psicóloga Nancy Eisenberg, da Universidade Estadual do Arizona, descobriu que crianças com atividade alta do nervo vago têm mais chances de cooperar e doar. Segundo pesquisas recentes, ele estimula tal comportamento.

M&C - Frequentemente, quando lemos trabalhos acadêmicos sobre emoções, moralidade e áreas relacionadas, perguntamos: existe alguma coisa que possamos fazer para usar isso na prática? Ao olhar para o futuro, que repercussão o senhor gostaria que seu trabalho tivesse?
Keltner - Em resumo, após tratar da nova ciência das emoções no meu livro, percebi o quanto isso é útil. Segundo alguns estudos, cooperação e senso moral são traços evolucionários, e essas habilidades são encontradas nas emoções sobre as quais escrevo. Uma ciência da felicidade está revelando que esses sentimentos podem ser cultivados, o que traz o lado bom dos outros - e o nosso - à tona.

M&C - O que esse tipo de ciência o faz pensar?
Keltner - Ela me traz esperanças para o futuro. Que nossa cultura se torne menos materialista e privilegie satisfações sociais como diversão, toque, felicidade, que do ponto de vista evolucionário são as fontes mais antigas de prazer. Vejo essa nova ciência em quase todas as áreas da vida. Os médicos, por exemplo, hoje recebem treinamento para desenvolver empatia para com seus pacientes, ouvi-los, tocá-los com carinho; são atitudes que ajudam no tratamento. Os professores interagem com mais proximidade com seus alunos. Ensina-se meditação em prisões e em centros de detenção de menores. Executivos aprendem que inteligência emocional e bom relacionamento podem fazer uma empresa prosperar mais do que se ela for focada apenas em lucros.


(Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_ciencia_da_bondade.html)
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Eu trocaria o termo "evolução" por "criação". Acredito que fomos criados por Deus para sermos bons (fomos feitos à imagem e semelhança dEle; E Ele é bom, irrefutavelmente). No meio do caminho veio o pecado, a culpa e a intriga (Adão foi o primeiro a jogar Eva, sua mulher, na maior enrascada. Tirou o dele da reta. Não sei o que Eva esperava de adão, naquele momento, mas ele vacilou feio no quesito cumplicidade. "A culpa foi dela!"). Talvez esta tenha sido a primeira quebra relacional da humanidade. Pena que a partir daí (imagino eu) nossas relações com o outro passaram a ser tão cheias de ansiedades, melindres, resistências, proteções e agressões. 

Temos tanto medo do outro. Medo de sermos rejeitados, humilhados, desconsiderados, ridicularizados, traídos. Nossa reação natural é a proteção. Nos guardamos de nos expôr, de nos entregar, de nos doar. E dificilmente somos nós mesmos (na integra) dentro de nossas relações. O problema é que nossa natureza não lida bem com isso. Nos adaptamos, mas no intimo precisamos mesmo é de carinho. De dar e receber. Precisamos nos mostrar com verdade (temos necessidade disto) e interagirmos com o outro de "guarda baixa". Isto nos dá paz. Por isso que quando encontramos pares que nos possibilitam esta vivência não queremos largá-los nunca mais. Existe coisa mais preciosa do que "poder ser você sem condições" ? Poder mostrar-se, com a maior transparência possivel, sem medo, sem ansiedades e proteções. Para isto fomos criados. Somos absolutamente relacionais. 

Tenho o costume de me cuidar, nesta área. Sou sensível pra caramba e facilmente me decepciono com o nivel de maldade das pessoas (na verdade, acho que me incomoda mais o interesse das pessoas em tirar alguma coisa de você; o interesse de manter contato por você ter algo a oferecer). As pessoas estão tão acostumadas ao uso uns dos outros. É cada vez mais dificil encontrarmos relações despretensiosas, livres de interesses outros, que não sejam o próprio "outro", o prazer da companhia e da relação com o "outro". Sendo o "outro" o principio e o fim; o maior interesse. E quando digo que me cuido, não pense com isso que me protejo. Sou teimosa (rs). Eu insisto em acreditar nas minhas relações (sejam elas quais forem). Confesso que não sou mais tão "docinho" quanto já fui. Sou mais dura, hoje; mais densa; mais áspera. Mas continuo acreditando. Continuo desarmando minha agressividade, minha proteção excessiva. Ainda me entrego. Ainda! (rs)

Cuide-se também. Não se feche tanto. Corra o risco de acreditar no outro. Mesmo sem garantias. Faça isto por você mesmo.

Um viva às pessoas de cabeça boa (que pelo menos tentam mantê-la)!
Um viva ao amor da minha vida (maridão, vc me faz muito feliz)! 
Um viva aos amigos queridos, corajosos e generosos na doação, que me cobrem de afeto, acolhem meus segredos e anseios e por vezes juntam meus cacos. Vocês são únicos. 
Um viva ao grande mistério da vida: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como nós mesmos.

Bom dia!
Beijo grande.

A Arte de Caminhar

A Arte de Caminhar
Desde a antiguidade movimentar o corpo ajuda as pessoas a pensar, tomar decisões e expressar indignação; na literatura artistas e apaixonados são andarilhos.

 (Idoso caminhando no campo de centeio, óleo sobre tela, laurits andersen ring, s/d, coleção particular)

A consciência da necessidade de praticar exercícios físicos é recente. “No começo, era o pé”, diz o antropólogo Marvin Harris. O pé, não a mão. A mão nos fez humanos – mas antes de sermos humanos somos parte do reino animal, e o nosso corpo precisa atender às necessidades que os animais enfrentam, entre elas a do deslocamento. O ser humano evoluiu, tornou-se bípede, mas continuou caminhando. E passou a usar a caminhada para outros fins que não o de chegar a um lugar específico: o de buscar determinada coisa. Praticar exercícios físicos é algo relativamente recente, mesmo porque, no passado, o sedentarismo era a exceção antes que a regra; caçadores, agricultores, trabalhadores em geral jamais pensariam nisso. Mas muito cedo o ato de caminhar adquiriu um significado psicológico, simbólico. O protesto político muitas vezes se fez, e ainda se faz, sob a forma de marchas, de caminhadas; foi o caso da Marcha dos 100 Mil (1968), um dos primeiros protestos organizados contra a ditadura no Brasil. Os filósofos gregos muitas vezes ensinavam a seus discípulos caminhando. “Levanta-te, toma teu leito e anda”, diz o Evangelho (João, 5:8), ou seja, vá em busca de seu destino, de seus objetivos. E Santo Agostinho cunhou uma expressão famosa: Solvitur ambulando, caminhar resolve (os problemas, as dúvidas). Por quê?

No livro Wanderlust: a history of walking (A ânsia de vagar: uma história da caminhada), de 2000, Rebecca Solnit diz que andar permite “conhecer o mundo através do corpo”, ou, nas palavras do poeta modernista Wallace Stevens (1879-1955): “Eu sou o mundo no qual caminho”. Trata-se, pois, de uma experiência cognitiva, muito necessária nesses tempos em que as pessoas se deslocam sobretudo utilizando carros, trens, aviões. Mas caminhar também envolve um processo de autoconhecimento, quando não de inspiração. “Os grandes pensamentos resultam da caminhada”, diz o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), uma ideia que Raymond Inmon expressa de forma mais poética: “Os anjos sussurram para aqueles que caminham”. O escritor francês Anatole France (1844-1924) faz uma comparação interessante: “ É bom colecionar coisas, diz ele, mas é melhor caminhar. Porque caminhar também é uma forma de colecionar coisas: as coisas que a gente vê, as coisas que a gente pensa”. Esse processo é facilitado pela renovação da paisagem, seja ela rural ou urbana, e pelo próprio automatismo do ato de caminhar.

Não é de admirar, portanto, que muitos escritores tenham abordado o tema da caminhada. Foi o caso do filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), figura marcante do Iluminismo francês e precursor do romantismo - os românticos, sobretudo os alemães, eram grandes andarilhos. Em suas Confissões, disse Rousseau: “Só consigo meditar quando caminho. Minha mente só trabalha junto com minhas pernas”. À obra (publicada postumamente) que resume muito de sua biografia e de sua filosofia, Rousseau deu o título de Os devaneios do caminhante solitário (Lês rêveries du promeneur solitaire). Os dez capítulos são denominados promenades (caminhadas). Finalmente, temos um termo analisado tanto pelo poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867) como pelo escritor alemão Walter Benjamin (1892-1940). Trata-se de flâneur, que vem do verbo flâner, vagar (em português temos o galicismo flanar). O flâneur, do qual Benjamin era um exemplo, vagava por Paris, observando o que se passava a seu redor, num claro desafio à moral burguesa então vigente, que via isso como vagabundagem. Uma vagabundagem da qual resultaram, contudo, textos admiráveis. Caminhar, como diz o escritor americano contemporâneo Gary Snyder, é a grande aventura.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Seja o Centro - DT6

Minha oração hoje...

"Pai, que nesta minha busca por verdadeiros caminhos em Ti, de Ti eu não me perca.
Seja o Centro, Jesus. Seja o Centro. Sempre."

Não ter Coragem é Bom?


Coragem é uma virtude. Mas pode ser usada tanto pro mal como para o bem. Uma mãe é corajosa ao defender sua cria; um bombeiro é corajoso no resgate de uma vida; um homem é corajoso ao enfrentar todos os dias seu trabalho árduo sem esmorecer. Porém, um assassino também é corajoso, um psicopata também; um terrorista é corajoso. E acredite, eu não os admiro. 

O corajoso pode ser opressor e neste caso, a melhor resposta nem sempre é virar a mesa. As vezes sim. As vezes não. Têm horas que calar é mais prudente, mesmo não sendo o mais confortável. A sabedoria vence a ignorância. O silêncio, a gritaria. Assim como o perdão vence a ofensa.

(digo sabedoria, porque até mesmo a inteligência pode ser usada para o bem ou para o mal; a sabedoria, pra mim, é o lado bom da inteligência)

Vivemos num mundo de nervos à flor da pele. Precisamos pensar se realmente devemos reagir a todas as provocações que sofremos durante o dia. As reais e as que acreditamos serem reais (fruto de nossos elementos psíquicos internos). Não estou valorizando a passividade do oprimido. Eu jamais faria isso. Precisamos ser respeitados e, muitas vezes a única maneira é nos fazendo respeitar. Só acho que precisamos pensar se estamos canalizando nossas energias corajosas pro lugar certo e de forma a não propagar mais violência à sociedade.

Tenho pensado nisso. E respirado fundo (contando até mil! rs).
(quem conhece os estragos que meus impulsos nervosos causam, tem idéia de como isto é difícil pra mim; mas necessário)

P.S.: Observem a expressão de tensão do cachorrinho. Hilário! (rs). Eis a verdadeira definição da palavra "tenso" (rs).


Bom dia!
Beijo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Piano Ad Libitum - UFRJ

Aparece lá!

(clique na imagem para ampliá-la)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"O Avesso das Coisas" - Carlos Drummond de Andrade

Ainda sob efeitos de "A Origem"...


"A arquitetura diverte-se projetando construções 
para esconder os homens uns dos outros."


(Carlos Drummond de Andrade, "O Avesso das Coisas")

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cine Drops - Federico Fellini


A próxima gota do Cine Drops UNIRIO que "cairá" no dia 23 de agosto de 2010, segunda-feira, às 18h, no Auditório Vera Janacópolus, da UNIRIO, é o clássico filme NOITES DE CABÍRIA (Le Notti di Cabiria - Itália, 1957) do mestre Federico Fellini. Noites da dura vida de Cabíria, uma mulher aparentemente simples, mas que carrega tantas nuances quanto é possível se ver na magistral atuação de Giulietta Masina, seguida pelo olhar sempre poético da câmera de Fellini. Uma história humana, real e fascinante. Uma obra prima imperdível.  

Ao final da exibição, uma conversa amistosa sobre o filme com a Professora Anna Paula Lemos, especialista em Fellini. 

Cine Drops UNIRIO: Clube de Cinema em Gotas

LOCAL: AUDITÓRIO VERA JANOCÓPULOS – UNIRIO - Av Pasteur, 296 - Urca.


ENTRADA FRANCA

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dificil é Carregar a Minha Dor

"Fácil é querer ser quem eu sou. Dificil é carregar a minha dor."
(Marcelo D2)

Passei esses dias me recuperando de uma gripe horrorosa que me pegou de jeito. Já estou um tempo sem postar (algo meu) e resolvi dar uma desabafada por aqui hoje. Cansada de algumas coisas...

Queria falar, especificamente sobre a inveja. Ando de saco cheio disso! Diferente do que muitas pessoas sentem, eu não tenho medo de inveja. Nenhuma. Não ando com um galho de arruda atrás da orelha; não coloco olho de boi num copo d'água atrás da porta; não tenho pimenteira na janela... não repito orações prontas de proteção, fechamento de corpo... nada disso. Pra mim a inveja só faz mal pra quem sente, pra quem nutre dentro de si mesmo. O que me incomoda são os olhares, os comentários de pessoas pequenas que vivem deste sentimento. Só isso. Me incomoda por pena (delas). Coisa chata e sem necessidade.

Incrível como as pessoas acham que a minha vida é muito fácil. Vou citar algumas coisas que eu já ouvi sobre mim por aí...

Casamento
"Ah! A Monique é que se deu bem, casou com uma cara super compreensivo, parceiro, carinhoso... queria ver se ela teria essa vida boa se tivesse casado com o meu." 

Querida, eu NUNCA casaria com o seu! Fato! Até onde eu sei, marido a gente escolhe. Você escolheu o seu, eu escolhi o meu. Vida que segue. Escolheu mal? Só lamento. Quem mandou ser afobada?! Minha mãe me ensinou a orar pelo meu marido quando eu ainda tinha cinco anos de idade. Hoje eu oro por ele e por nós dois, todos os dias. Pode ser que o seu não seja um mau marido, você é que talvez seja intransigente pra caramba. Verdade seja dita, um marido bem tratado é um bom marido. Homens normais (porque se o seu for desequilibrado não vale aqui) quando tratados com amor, cuidado e respeito, costumam retribuir da mesma forma. Faça a sua parte.

Profissão/Projetos
"Ah, Monique. Acordar as 9h e dar umas aulinhas em casa é mole! Quero ver acordar as 6h e ainda ir em pé no ônibus lotado pro trabalho."

Eu escolhi minha profissão, tanto quanto você escolheu a sua. Então não reclama. Ninguém foi obrigado a escolher um curso, fazer vestibular e concluir depois de pelo menos 4 anos de graduação. Aproveite o ônus e o bônus da sua escolha, enquanto eu faço o mesmo.

Estilo
"A Monique nunca segue a moda." ou "A Monique é chique, só usa roupa de grife." ou "A Monique gasta uma fortuna com salão."

Não. Eu não sigo a moda mesmo não. Visto o que eu quero, dependendo do meu humor na ocasião. E eu não uso só roupa de grife. Uso de tudo, mas as vezes me apaixono por uma blusa de R$200 e se eu tiver com condições na ocasião, eu compro. Prefiro isto a comprar dez blusinhas de R$20 que não sobrevivem a uma lavada. Sou seletiva com marcas, por afinidade, não por popularidade. Não saio por aí mostrando a etiqueta das roupas que eu uso. Aliás, eu odeio isso. E sobre o salão, eu faço tudo sempre no mesmo lugar. Pela confiança e por afinidade. E eu pago quanto as coisas custam. Se o trabalho for bom, eu pago bem, por que não? Não fico mendigando em coisas pra mim mesma. Não coloco minha cabeça na mão de qualquer pessoa e nem fico me arriscando em lugares estranhos só por causa do preço (que muitas vezes nem é tão mais em conta).

Finanças
"Ah, dinheiro pra Monique não é problema." 

Não tenho dinheiro não. Só sou planejada e corro muito atrás. Não fico sentada lamentando a vida e nem me encosto em ninguém. Não nasci em berço de ouro. Não gasto mais do que posso. Tento não me enrolar em dividas. Sou focada e não desperdiço com coisinhas miúdas. Traço meta, poupo, junto e oro. E ainda ajudo muita gente (o que eu nunca divulgo, já que minha mão esquerda não precisa saber o que faz a direita).
Agora, se eu uso roupa de grife ou não, se meu carro é velho ou novo, se eu freqüento lugares caros ou baratos, se eu como bem ou mal... por que isso toma tanto o tempo das pessoas? Sou eu quem pago a fatura do meu cartão de crédito.

Talento/Inteligência
"Pra Monique é fácil. Tudo o que ela quer, ela consegue."

Sim. E aí vocês vão ter que reclamar com Deus. Eu já nasci assim. E se insistirem na indignação com isto vão morrer de inveja mesmo. Eu tenho talentos naturais. Muitos. Me desculpe se eles te ofendem, mas eu não vou escondê-los pra te poupar de nada. Pelo contrário, "todo grande dom exige uma grande responsabilidade" (frase do homem-aranha). Eles me foram dados para que eu pudesse usá-los, mostrá-los e desenvolvê-los. Vou ter que prestar conta disso com Deus quando encontrá-lo. E também não sou tão inteligente assim. Gosto de estudar. E sou disciplinada nisto.

* * * * * * *
Enfim, não queira ser eu. Você não aguentaria. Tudo na vida tem um preço a ser pago. O invejoso não tem forças suficientes nem pra ser ele mesmo, imagina pra ser outra pessoa. Esquece!
Parece fácil, mas você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui.
Seja você mesmo. Procure se conhecer e se firmar como pessoa.
E vê se pára de se preocupar com a minha vida e de me encher o saco. Não vai adiantar nada. Não vai me fazer deixar de ser quem eu sou. Vai é te deixar louco(a) com o tempo. Não perca tanto tempo comigo assim. E nem me irrite. É melhor.
Digo e repito: "Fácil é querer ser quem eu sou. Dificil é carregar a minha dor."

Boa quarta-feira aos que riram do que acabaram de ler. 
(pq se vc riu, definitivamente vc é uma pessoa do bem e este post não foi pra vc)
Força e coragem aos que se doeram.
(pq no fundo o invejoso é um preguiçoso, frustrado consigo mesmo)
Beijo grande

Outra Espiritualidade


"Estou abandonando a espiritualidade do senso comum evangélico 
e saindo em busca da espiritualidade do senso comum da tradição cristã."



Fui tomando consciência disso aos poucos e, de certa forma, construindo
meu pensamento a respeito de “outro Deus e outra espiritualidade”
passo a passo, um insight de cada vez, como o pão que nos chega
à alma toda manhã, caindo do céu a cada dia.


Considerando que o oposto da fé não é dúvida,
mas o medo, não tenho medo de duvidar, revisar, repensar, refazer. Aquele
menino cheio de certezas que vivia dentro de mim deu lugar a um
homem um pouco mais maduro, que admite, como Riobaldo Tartarana:
“Eu quase de nada não sei, mas desconfio de muita coisa”.


(Ed René Kivitz, "A outra espiritualidade")

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pátria Madrasta Vil

Só porque hoje começa o horário eleitoral obrigatório...
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Tema: "Como vencer a pobreza e a desigualdade"
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


"PÁTRIA MADRASTA VIL"

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL. 
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade. 
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições. 
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil  está mais para madrasta vil. 
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição! 
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão. 
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...Mas estão elas preparadas para isso? 
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? 
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? 
Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?
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*Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante de direito da UFRJ, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu o prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) pela redação publicada acima.

Esta redação foi incluída num livro, com  outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Silêncio - Kundera


Ó demência das palavras falsas. 
Eu creio no silêncio.
Mais forte que a beleza, mais forte que tudo.
Ó júbilo dos que se compreendem em silêncio.

(kundera)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Igual Desigual - Carlos Drummond de Andrade



Igual Desigual

Eu desconfiava: 
todas as histórias em quadrinho são iguais. 
Todos os filmes norte-americanos são iguais. 
Todos os filmes de todos os países são iguais. 
Todos os best-sellers são iguais 
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais. 
Todos os partidos políticos são iguais. 
Todas as mulheres que andam na moda são iguais. 
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais 
e todos, todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. 

Todas as guerras do mundo são iguais. 
Todas as fomes são iguais. 
Todos os amores, iguais iguais iguais. 
Iguais todos os rompimentos. 
A morte é igualíssima. 
Todas as criações da natureza são iguais. 
Todas as acções, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. 
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.                                                             

Ninguém é igual a ninguém. 
Todo o ser humano é um estranho ímpar. 

(Carlos Drummond de Andrade, "A Paixão Medida")
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Eis uma das coisas mais incríveis que existe na vida: 
a permissão de sermos únicos diante de tantos.
É sempre um desafio lidarmos com nossas diferenças, eu sei.
Mas que desafio rico, este de saber que o outro é um universo particular com tantos atributos a serem conhecidos e explorados! Fomos todos feitos a imagem e semelhança do Pai, o que torna Deus ainda mais intrigante em sua complexidade. Somos quantos hoje no mundo? Bilhões? Talvez trilhões? Isso me faz pensar em como o Criador é Grande, Eterno e Criativo. 
Cada vez me distancio mais de processos de educação e doutrinamento em massa. Pra mim, a massa é burra. Não pensa. E por isso é manipulável. Sou a favor das expressões individuais, pessoais; das experiências e vivências que só eu e você como individuos podemos oferecer ao mundo. Acrescentado-o. Eu nasci de um sonho, um amor, um propósito muito específico, que só eu posso realizar. Se eu não o fizer outro o fará, mas com certeza de maneira diferente da que eu faria. Somos ricos e especiais exatamente por sermos únicos. A bíblia diz que a criação geme até agora com dores de parto à espera da manifestação dos filhos de Deus. Existe algo no mundo que só eu posso fazer. Existe algo no mundo que só você pode fazer. Já encontrei algum espaço "meu" neste processo. Confesso que ainda sinto que tem mais, muito mais. Mais a ser descoberto, mais a ser feito e acrescentado. Sigo nesta busca, sempre: em me conhecer, entender e aceitar, usando minha vitalidade e meu diferencial em contribuição à sociedade em que estou inserida.
Torço pra que você também o faça.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Peso e a Leveza


"O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a  imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é. Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes."

("A Insustentável Leveza do Ser", Kundera)

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Ser pesado nem é bom, nem fácil. Mas há um risco em sermos leves demais: nos tornarmos não-reais, ou seja, nos perdermos de nós mesmos.
Pense nisso.

Boa semana.
Beijo grande.

Conversando com o Pai

Ainda sob os efeitos do Dia dos Pais... uma breve reflexão sobre Deus e este meu relacionamento com o Eterno.


- Pai?
- Pode falar, estou ouvindo.
- Obrigada por sonhar comigo e me "fazer acontecer" nos Teus projetos, antes mesmo que houvesse dia. Obrigada por preparar o mundo para que eu pudesse estar nele. Obrigada por me alimentar, cuidar, ninar, limpar... quando eu ainda não sabia fazê-lo. Obrigada por velar o meu sono e me acalmar em meio aos pesadelos. Obrigada por me ensinar a andar sozinha, mesmo sabendo que estes mesmos pés poderiam me levar para longe de Ti. Obrigada por me deixar cair de vez em quando, para experimentar a dor e conhecer a importância de alinhar os meus passos. Obrigada por me oferecer alimento sólido segundo minhas condições de digeri-lo. Obrigada por me fazer crescer em meio ao Teu duro silêncio. Obrigada por me fazer forte e segura. Obrigada por me fazer Tua, e me revelar assim, diante dos céus e da terra. Teu amor me faz andar confiante. Obrigada por acolher meus mais intimos segredos, sem nenhum tipo de julgamento. Obrigada por conhecer minhas fraquezas, meus monstrinhos interiores, meu espinho na carne, e continuar me amando. Obrigada por me livrar de caminhos de morte, mesmo quando eu insisto em segui-los. Obrigada por me dar abrigo quando, mesmo já crescida (em Ti), me sinto com medo e frágil como quando ainda menina. Como é bom saber que mesmo tendo crescido (na fé) eu posso buscar o Teu colo, sem medo de parecer ridícula. Obrigada pelo peso do Teu amor, que em mim gera arrependimento (o peso que não me deixa ser tão leve a ponto de flutuar e me perder, que me faz voltar à realidade, que me traz sobriedade). Obrigada por falar comigo, por se manifestar pela boca de outros, me dando a certeza de que não És uma criação da minha mente imaginativa. Obrigada por me oferecer novas chances, dias novos, páginas em branco, desconsiderando os mau-passos que porventura eu tenha dado nas páginas anteriores. Obrigada pela Tua proteção. Obrigada pela Tua proteção. (preciso repetir mais uma vez) Obrigada pela Tua proteção. Obrigada por seu meu Pai, e por ter me ensinado o significado disto. Obrigada Pai. Obrigada. Hoje, já crescida, precisava te dizer que continuo carecendo da Tua misericórdia e da Tua longanimidade, porque sou inadequada, e muitas vezes noviça (e nociva), nesta minha aventura de viver. Clamo pela Tua Paciência, Senhor! É a primeira vez que tenho esta idade e a primeira vez que enfrento dias como estes. Por favor, tenha paciência comigo. Continue me ensinando. Eu quero continuar aprendendo. Continue cuidando de mim, pois por vezes sou tola e me arrisco à beira de precipícios. Cuida de mim, Pai. Cuida de mim.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Nunca se Leve tão a Sério


"Tudo se vive imediatamente pela primeira vez sem preparação. 
Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado."
("A Insustentável Leveza do Ser", Kundera)

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[nunca se leve tão a sério]
Bom fim de semana.
Beijo em todos.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Porquê da Vida por Larissa Desiderio


O Porquê da Vida
(Larissa Desiderio)

Toda criança, depois que começa a falar e se deparar com a realidade, com o mundo em que vive, reage a esta ação de uma forma engraçada; através da INDAGAÇÃO.

A partir daí começam as mais hilárias e difíceis perguntas. Como nascemos? Por que o céu é azul? Por que o mar é salgado? Por que os pássaros voam? Por que os cachorros latem? Por que o peixe não fecha os olhos? Por que eu não posso comer isso? Por que isso faz mal? Por que tem que tomar remédio? Por que os bichinhos morrem? Por que os nossos avós não vivem pra sempre? Por que existem homens maus? Por que os super-heróis não são de verdade? Por que eu não posso voar? 
Por que, mamãe?

Lendo a todas estas perguntas, percebemos que a criança mesmo na imaturidade natural desta fase consegue racionalizar que as coisas acontecem de alguma forma, e por algum motivo, e começam a se dar conta de que o mundo é diferente, porque é de verdade.

Vou fazer 22 anos, porém me vejo entre as mesmas indagações de uma criança. Continuo, depois de tanto anos, a me perguntar o “Por quê” de certas coisas.

Por que o viver é complicado se pode ser simples? Por que fazemos o que não queremos ou não gostamos se só vivemos uma vez? Por que tantos entram em depressão se a felicidade é de graça e os antidepressivos não? Por que é tão difícil ver a família como uma benção e não como um fardo? Por que, depois de velhos, homens e mulheres agem com mais imaturidade do que quando eram criança? Por que os injustos sempre enriquecem? Por que sabemos o que é certo e fazemos o errado? Por que levamos a vida como se ela fosse uma coisa normal e não uma dádiva de Deus, e o fato de ser passageira fosse uma mera coincidência? Por que pessoas boas morrem e pessoas más matam? Por que muitos acreditam que após a vida não há mais nada? 
Por que existem obesos na América do Norte e subnutridos na África?

Por que para poucos há muito e para muitos há pouco, quem foi que escolheu quem deveria ganhar o quê? Por que roubar, se trabalhar no que gostamos é tão prazeroso? Por que evitar amar se é o amor que nos dá a vontade de viver? Por que tornar tudo descartável? Por que comercializar sentimentos? Por que vender o próprio corpo? Por que não zelar pela vida? Por que não acreditar em Deus? Por que não lutar pra ser eu mesmo, e não mais um modelo artificial aceitando todas as imposições do mundo? Por que deixar pro amanhã o que podemos fazer hoje? 
Por quê? Por quê? Por quê?

Espero que você também se faça essas perguntas. E quando você não tiver vontade de se perguntar o “Por quê”, não se preocupe, 
pois ainda lhe resta se perguntar o “Por que não”?

Afinal, por que vivemos se não para indagar.

E se um dia eu não estiver me perguntando mais o “Por quê” de alguma coisa, é por que fui dessa pra uma melhor!

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Estreando mais uma categoria >>Parceiros<<
com uma linda e inquietante contribuição da querida Larissa Desiderio.
Espero que gostem.
(Lari, amei seu pensamento crítico e a clareza de que como o escreve. Parabéns!)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ernest Hemingway

"Somos todos aprendizes duma arte que nunca ninguém se torna mestre." 
(Ernest Hemingway)

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*Ernest Hemingway: escritor americano (1899-1961).

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Prazer por Rubem Alves


"Acho o prazer uma coisa divina. Para ele fomos feitos. O amor, o humor, a comida, a música, o brinquedo, a caminhada, a viagem, a vadiagem, a preguiça, a cama, o banho de cachoeira, o jardim - para estas coisas fomos feitos. Para isso trabalhamos e lutamos: para que o mundo seja um lugar de delícias. Pois esse, somente esse, é o sentido do Paraíso: o lugar onde o corpo experimenta o prazer."
("Teologia do Cotidiano", Rubem Alves)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pecado por Ed René Kivitz


"Pecado é uma opção pela auto-suficiência que gera em nós uma ilusão de potência e faz-nos desperdiçar recursos como se fossem inesgotáveis, fazendo-nos descer a ladeira até a desumanização. Pecado anestesia. Pecado ilude. Pecado drena. Pecado bestializa. Pecado desumaniza."
(Ed René Kivitz)

Quem somos nós, senão pó, sopro, vento e algum espirito? Tolos. Somos tolos. Fantasiamos ser mais do que realmente somos. Acreditamos ser o que de nós aparece na fotografia (coitado do não-fotogênico!), no espelho...

Não somos tão poderosos assim. E perdemos a beleza de não o sermos. O legal é ser humano. É bem mais fácil reconhecer limitações, instintos primitivos, desejos proibidos, espinhos na carne. E continuar vivendo. Reconhecer e continuar sobriamente nos amando. Reconhecer e entregar ao que é Santo, Maior e Poderoso; pedir força, buscar misericordia. E humanizar-se. Reconhecer e escolher, que também é habilidade própria do humano. A auto-suficiência nos afasta de Deus (como todo pecado). Nos afasta do privilegio de sermos humanos diante do Eterno, porque assim fomos criados por Ele. Se assim não O quisesse, teria nos feito anjos. Mas nos fez humanos. Tem algo de mais especial nisto do que (talvez) em sermos "santos" (enquanto cínicos).


Boa semana às pessoas de verdade.
Beijo em todos.