:: Atualizado quase que Diariamente ::

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pena - O Teatro Mágico



Pena - O Teatro Mágico 
(Fernando Anitelli/Maíra Viana)


O poeta pena
Quando cai o pano e o pano cai
Um sorriso por ingresso
Falta assunto, falta acesso
Talento traduzido em cédula
E a cédula tronco é cédula mãe solteira


O poeta pena
Quando cai o pano e o pano cai
Acordes em oferta
Cordel em promoção
A prosa presa em papel de bala
Música rara em liquidação


E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
Luz acesa
Lá se dorme um sol em mi menor


Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior


O palhaço pena
Quando cai o pano e o pano cai
A porcentagem e o verso
Rifa, tarifa e refrão
Talento provado em papel moeda
Poesia metamorfoseada em cifrão


O palhaço pena
Quando cai o pano e o pano cai
Meu museu em obras
Obras em leilão
Atalhos retalhos e sobras
A matemática da arte em papel de pão


E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
Luz acesa
Já se abre um sol em mi maior


Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
.........................


"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é." 
(Caetano Veloso)


Um dos maiores conflitos de quem trabalha com arte: ver a matemática da arte em papel de pão; música rara em liquidação.
O giro do consumo. E um consumo de míseros padrões.
Há sempre um mercado (secular ou gospel). 
E uma comprometida inspiração
E preço pra tudo. E os mesmos míseros padrões.
E a música rara, em liquidação.


Eu sinto que sei, que sou um tanto bem maior!
E não quero dizer o que é vendável e nem o que você gostaria de ouvir.
Eu não nasci pra isso.
Vou dizendo o que acho que precisa ser dito.
Vou criando, tocando e cantando o que arde no meu peito.
Não me curvo. Não me vendo.
Meu espírito é livre. Minha inspiração é livre.
Meu compromisso é com Deus, dono dos meus talentos, com minha consciência e com meu marido.
E dane-se o resto!
Porque o resto é o resto.
É assim que tem sido.
E é assim que vai ser.


Boa semana pra nós.
Beijo grande!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Oficina de Teatro Infantil - Caixa Cultural RJ

A Cia. do Abração de Curitiba, realizará no próximo sábado, dia 29 das 9h30min às 11h30min, a oficina teatral "Ludicidade no Teatro para Crianças" voltada ao público infantil, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, com entrada franca.

Na oficina, crianças de 8 a 13 anos poderão praticar as vivências teatrais desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisas Cênicas da Cia. do Abração, com técnicas corporais lúdicas de Contação de Histórias e Animação de Objetos, presentes na prática do Teatro para Crianças da companhia. Serão desenvolvidos jogos dramáticos, exercícios de percepção espacial, sonora e corporal; além de improvisação e construção de cena.

Cia. do Abração
A Cia. do Abração é um espaço de arte e cultura, que há 10 anos atua em Curitiba e tem como proposta principal a pesquisa e produção teatrais para todas as idades, com desenvolvimento de dramaturgia própria difundida através de espetáculos de repertório da Cia. Sua proposta estética está alicerçada na fusão de linguagens artísticas de diversas áreas, elaborada em investigações advindas de processos colaborativos. Além da dança e das artes visuais, trabalha e investiga as técnicas de manipulação de objetos, mímica, produção sonora e conhecimentos da antropologia.

A companhia em sua trajetória possui premiações na área de teatro como Prêmio Klauss Vianna, Prêmio Myriam Muniz,Troféu Gralha Azul, Prêmio Potty Lazarotto.

Oficina:“Ludicidade no Teatro para crianças”. Técnicas de contação de história e animação de objetos do cotidiano.
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro – Teatro Nelson Rodrigues
Data: 29 de maio das 9h30min às 11h30min
Endereço: Av. República do Chile, 230, Centro (Próximo ao Metrô: Estação Carioca)

Vagas: 20 vagas – Entrada gratuita. 
Inscrições pelo e-mail: abracao@ciadoabracao.com.br
(Especificar no assunto: Inscrição oficina de teatro para crianças)

Maiores Informações
Informações: (21) 2262-8152
Contato da Cia. do Abração: (41) 3362-9438


quinta-feira, 27 de maio de 2010

Donna Lee - Asas

Divulgando a banda do Rui, grande amigo e excelente baterista!!
Donna Lee!!
Fiquei sabendo que abriram o show do Detonautas em Arraial do Cabo e que esse foi só o inicio de uma grande parceria.
Parabéns Ruizão!! Guerreiro. Vem batalhando por isso há tempos.
Sucesso pra vcs!
Pé no chão e Deus na cabeça, sempre!!
Beijo Grande

Donna Lee e Detonautas

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Emanuel - O Deus Conosco


O Deus conosco
(Henri Nouwen)

"Jesus é Deus conosco, Emanuel. O grande mistério de Deus ao se tornar humano é seu desejo de ser amado por nós. Ao se tornar uma criança vulnerável, completamente dependente de cuidado humano, Ele quer eliminar toda a distância entre o humano e o divino. Quem pode ter medo de uma pequena criança que precisa ser   alimentada, cuidada, ensinada e guiada? Normalmente falamos de Deus como o Deus onipotente, Todo-Poderoso, de quem dependemos totalmente. Mas Ele quis se tornar o Deus não-onipotente, todo-vulnerável, que depende completamente de nós. Como podemos ter medo de um Deus que deseja ser "Deus conosco" e que nos tornemos "Nós-com-Deus"?"
................................

Emanuel
O Deus que resolveu vir estar conosco. Pra sempre.
Sendo igual a nós em tudo. Especialmente nas fragilidades.
Deus de perto. Íntimo. Amigo. Que se identifica conosco em nossa complexidade humana, e que por nós intercede diante do Pai.
Deus de relacionamento.
Jesus Cristo.

Ele também é representado de diversas outras formas (na bíblia são mais de 700): o Principe da Paz, o Pai da Eternidade, a Palavra, a Vida, a Verdade, o Caminho, o Messias, o Alfa e o Ômega, Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Salvador, Redentor, Luz do Mundo, Cordeiro de Deus, Mediador, Pão da Vida... 
E eu AMO, absolutamente, toda a diversidade de formas que Ele escolheu manifestar no meio de nós e as que ainda manifestará. Confesso que o Emanuel, o "Deus Comigo Sempre" foi quem me conquistou, ainda criança. Saber que Ele estará comigo todos os dias, não importando o local e a circunstância,  e que eu também posso estar nEle e com Ele da mesma maneira, é a maior segurança que já encontrei na vida.

"E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." (Mateus 28:20)

E pra complementar este post, deixo com vocês o video abaixo.
Grande abraço


Emanuel - Hilsong

terça-feira, 25 de maio de 2010

A Copa do Mundo, a Seleção Brasileira e o Brasil de Cabeça em Pé

Daqui a alguns dias todos vamos parar TUDO pra assistir aos jogos da seleção brasileira, na Copa do Mundo. Gosto muito disso! Muito mesmo! Uma euforia só nas ruas, a galera querendo chegar logo no local combinado pra ver os jogos, muita festa, alegria, vibração. Ninguém trabalha direito... rs. Uma farra! 

Brasis. São muitos os nossos Brasis.
Historias de luta, de raça, de superações, de "faca no dente", de brigas com o próprio destino.
Este é o meu Brasil: o que entra em campo, literalmente.
Nos identificamos um pouco com as historias de cada jogador. E torcemos: por eles, pelo time, pelo título.
É uma maneira de mostrar a força da gente, do povo! A força da massa, que cresce de tanto apanhar, que vence de teimoso.
Isso nos enche de orgulho, levanta nossa auto-estima.
E é assim que deve ser. O nosso povo de cabeça em pé, sempre. Apesar de.

Vamos ficando com Seu Jorge. Ator, cantor e compositor brasileiro, que fala com muita propriedade deste Brasil de faces e representações diversas.


Curiosidade: Seu Jorge viveu como sem-teto durante três anos, depois da completa desestruturação de sua familia, após a morte de seu irmão numa chacina. Uau!



Brasis
(Seu Jorge)

Tem um Brasil que é próspero
Outro não muda
Um Brasil que investe
Outro que suga
Um de sunga
Outro de gravata
Tem um que faz amor
E tem o outro que mata

Brasil do ouro, Brasil da prata
Brasil do Balacouchê, da mulata

Tem o Brasil que é lindo
Outro que fede
O Brasil que dá
É igualzinho ao que pede

Pede paz, saúde, trabalho e dinheiro
Pede pelas crianças do país inteiro

Tem um Brasil que soca
Outro que apanha
Um Brasil que saca
Outro que chuta
Perde e ganha, sobe e desce
Vai à luta, bate bola
Porém não vai a escola
Brasil de cobre, Brasil de lata

É negro, é branco, é nissei
É verde, é indio peladão
É mameluco, é cafuso, é confusão

Oh! Pindorama quero seu Porto Seguro
Suas palmeiras, suas pêras, seu café
Suas riquezas, praias, cachoeiras
Quero ver o seu povo de cabeça em pé.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Descanso pra alma

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." (Mateus 11:28-30)

Um convite simples, a andarmos e aprendermos com Ele, que é leve, e manso, e humilde. Um convite a descansar nEle, a carregar o que Ele carrega e a entregar a Ele o que nos torna pesados e sobrecarregados. 

Me parece que com Jesus, viver com "menos" é o o que há. 
Tenho pensado nisso!

Boa semana pra nós.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Salmo 23


" O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre."
(Salmo 23)

O primeiro salmo que meus pais me ensinaram a memorizar.
Paz, sossego, segurança e descanso.
Bom final de semana a todos.
Beijo grande

Isso ainda vai dar merda...

Isso ainda vai dar merda...

"Pioneiro do genoma, num dos feitos científicos mais importantes da história da Humanidade, cria vida artificial."
(O Globo 20/05/2010)

Sempre desconfio dessas experiências científicas onde as pessoas brincam de ser Deus. Sempre me lembro daquele filme "Eu sou a Lenda", com o Will Smith: monstros-humanos, devastação de cidades... tudo isso iniciado com a descoberta da "cura" pro câncer. 

Não consigo me sentir a vontade com essas revoluções bio-genéticas. E tenho consciência do beneficio que trazem ao mundo científico-medicinal. Mesmo assim, não consigo dizer que sou a favor. Sei que as "células tronco", por exemplo, podem ajudar muita gente, mas sei lá... 

Agora eles estão "criando" um ser vivo artificialmente. Aliás, já desenvolveram a primeira célula controlada por um genoma sintético. Que doidera! Um ser vivo é muito complexo e dinâmico. Não precisa ser darwinista pra saber que ele evolui, passa por mutações, se adapta. Eu sempre acho que uma hora eles vão perder o controle dos resultados. 
Sei não... pra mim, isso ainda vai dar merda!
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"O governo do Irã afirmou nesta quinta-feira que poderá suspender o acordo firmado com Brasil e Turquia para troca de urânio caso sejam aprovadas novas sanções contra o país."
(O Globo 20/05/2010)

Esses caras são malucos! Ficam medindo força, orgulho e patriotismo... com uma granada sem pino, na mão. O Lula (o síndico) tenta resolver na conversa, a ONU já vai pra quarta rodada de sanções... e... vai dar merda! Só pode dar merda!
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O Teleférico do PAC 
(publicidade)

Alguém já viu o novo comercial do PAC, na televisão? Aquele que fala sobre as melhorias dos morros cariocas? Pois é... me parece que o projeto prevê, além de casas populares e de pólos culturais, a construção de teleféricos que transportarão pessoas de um morro ao outro. Imaginem isso: trânsito aéreo dentro da favela. Era só o que faltava. Visualizem a cena: um bandido fugindo da policia pelo teleférico e os helicópteros caçando possíveis suspeitos, mirando em todo mundo. Vai virar "tiro ao alvo", "arremesso de gente" ou qualquer coisa parecida. Isso não vai dar certo, pessoal! Não vai ter manutenção! E é claro que não vai acabar bem. Vai dar merda. Com certeza.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Jazz de Hélio Delmiro


O violonista Hélio Delmiro de Souza, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 20 de maio de 1947. Carioca do Méier, Delmiro ainda adolescente, começou a dedilhar um cavaquinho que ganhou de seu irmão Juca. Carlos, seu outro irmão, pianista e professor de violão, influenciou seu gosto pela música.

Aos 14 anos, entusiasmado pela bossa nova, dedica-se inteiramente ao violão. Autodidata, aos poucos foi apurando a sua técnica e começou a integrar o conjunto de Moacyr Silva, trabalhando em bailes e excursionando pelo Brasil. Em 1965 formou o grupo Fórmula 7, que contava com Claudio Caribé, Márcio Montarroyos, Luizão e animava os bailes da Zona Norte e tocava um pouco de jazz nos intervalos. 

Nas reuniões dominicais do Little CIub, conheceu Victor Assis Brasil, com quem trabalharia em seus grupos de jazz. Em meados da década de 60 passa a ser requisitado por estrelas como Elizete Cardoso, Marlene, Elza Soares, Miltinho e Dóris Monteiro e pelos maestros Nelsinho e Carlos Monteiro de Souza. Passou três anos com Elis Regina, gravando com a cantora e Tom Jobim nos Estados Unidos e participou de um especial para a TV com Michel Legrand.

Em 1970 tocou com Luiz Eça e com os jazzmen Paul Horn, Jeremy Steig, Dave Grusin e Lalo Schifrin, sendo considerado pelo último o melhor guitarrista da América do Sul. Estudou algum tempo música erudita com o propósito de desenvolver sua técnica instrumental. 

Produziu os álbuns de Clara Nunes (Claridade) e João Nogueira (Vem Quem Tem) em 1975. Tocou em duo com Luiz Eça em 1978 no Festival de Jazz de São Paulo, sendo considerado por Larry Coryell e Leonard Feather um artista de categoria internacional. 

Na década de 80, gravou um belíssimo disco, "Samambaia," junto com o pianista César Camargo Mariano. Identificado como guitarrista de jazz, Hélio prefere se definir como músico brasileiro. Lançou seu segundo álbum solo, "Chama", gravado em 1984, pela Som da Gente.

Depois, por motivos pessoais e espirituais, Delmiro se retirou da vida noturna, vivendo uma fase mais reclusa. Mas isso não foi impedimento para em 1991 gravar o álbum "Romã: Hélio Delmiro in Concert," com um quarteto que contava com Rique Pantoja (piano e teclados), Nico Assumpção(baixo elétrico) e Carlos Bala (bateria).

Em 1991, ele começou a produzir e apresentar um programa de jazz na Rádio Record (Rio), Jazz Entre Amigos. Naquele ano, fundou também o selo, Line Records, sendo seu diretor, por onde lançou "Romã", gravado na Sala Cecília Meirelles, no Rio. 

O seu currículo acadêmico inclui o professor titular no XVI e XVII Seminário Internacional de Verão (Faculdade de Música de Brasília, 1994/1995), e professor no Seminário de Violão Latino-americano, no Festival de Inverno de Campos de Jordão (1995). Seu encontro com o violonista Guinga, em 1996, foi premiado como o Melhor Espetáculo Instrumental do Ano pelo O Globo. 

Ele foi diretor musical e tocou no concerto, Tributo a Elis Regina, em 1998, no Town Hall theater, em Nova Iorque. Também naquele ano, ele trouxe o maestro e pianista Clare Fischer com quem ele tocou um duo, no SESC Pompéia (São Paulo, SP). 

No ano seguinte, ele tocou novamente com Fischer, no Jazz Bakery, na Califórnia, também gravando com ele o CD Simbiose, que inclui dois standards americanos, duas músicas de Tom Jobim, e nove originais, cinco de Delmiro e quatro de Fischer.

A última obra de Delmiro é "Compassos", lançada em 2004, onde ele mesclou músicas de sua autoria, como "Compassos" e "Esperando", com standards americanos, como "My Favorite Things" e "'Round Midnight".

(Biografia extraída do site Clube de Jazz)

Curiosidades:
  1. Helio Delmiro se converteu ao protestantismo e se tornou pastor, num momento de crise familiar (doença das filhas);
  2. É o criador do selo Line Records (lider de mercado nas principais capitais brasileiras);
  3. Delmiro nunca esteve no ostracismo, mas abandonou a vida noturna e, depois de sua conversão ao protestantismo, se recusa a tocar canções de temática afro-baiana como as que produziu para Clara Nunes.
Onde encontrar trabalhos de Helio Delmiro
No myspace dele tem três gravações do último trabalho "compassos". Vale a pena dar uma conferida.

No youtube

No 4shared
http://search.4shared.com/q/1/hélio%20delmiro

Ele tb mantém um blog
Contendo partituras masnuscritas, matérias de jornais, fotos pessoais, videos. Bem legal também.
http://heliodelmiro.blogspot.com


*ostracismo: afastamento imposto ou voluntário de alguém das suas funções ou de um grupo; exclusão, banimento, exílio, repúdio, repulsa.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vida Breve


Hoje a tarde entrei numa cafeteria e pedi meu tradicional capuccino com pães de queijo. Peguei um desses sachês de açúcar UNIÃO e me chamaram a atenção as mensagens escritas atrás dos envelopes: "Viva momentos de União: Invente menos problemas/ Abrace mais amigos/ Diga menos não/ Ria mais de si mesmo".  

Exatamente o que tenho adotado pra minha vida nos últimos tempos.

Passei um bom pedaço do ano de 2009 acompanhando pessoas incríveis e muitíssimo queridas passando perrengue em hospitais. Muitas se foram.

Ficaram a saudade, o vazio e o legado: lembranças de momentos vividos, aprendizados, heranças genéticas...  e só. A verdade é que tudo o que se contrói aqui, por aqui fica. Nada se leva. E o que de material fica , se desfaz. Não nos representa como andarilhos que um dia fomos neste mundo, nesta vida breve. Somos reconstruídos e reafirmados nas recordações que os outros fazem de nós. Uma história aqui, algumas fotos ali... vão colando-se os pedaços de nós mesmos, as marcas que deixamos em muitos. Na nossa ausência somos relidos, refeitos, relembrados, revividos... da maneira que ficamos no coração e na memória do outro. E é só isso que permanece. Absolutamente.

A vida é breve. Eu e você temos prazo de validade. 
Aprendi em hospitais, cultos fúnebres e cemitérios, exatamente isto: a vida é breve; o vazio que fica é irremediável; o dinheiro é moeda de troca que não vale pra todo e qualquer lugar e nem pra toda e qualquer situação; uma casa permanece viva pelo o que ali foi vivido e não por sua estrutura ferrosa; pessoas boas adoecem e morrem; a maior herança está naquilo que não se pode ver ou pegar; esquentar a cabeça com tudo não leva a nada; brigas não levam a nada; perdoar é melhor do que seguir pesado e não fazê-lo adoece; o destino de todos os homens é igual; todos viemos da fralda e todos para lá voltaremos.

Um grande e caloroso abraço.
Paz com todos,

Concurso de Canto Lírico/Ópera - EM/UFRJ

Fica a dica...

(clique na imagem para ampliá-la)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Diana Krall - Boy From Ipanema

Algumas paixões (bem pessoais) retratadas neste video: Bossa Nova, Jazz, Piano, Diana Krall e Rio de Janeiro.

Sem muitos pensamentos, hoje.
É só relaxar, ouvir e curtir...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Esquadros - Adriana Calcanhoto

Uma breve reflexão sobre esta poesia incrível...



Esquadros
(Adriana Calcanhoto)

Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de almodóvar
Cores de frida kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Ah! Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto pra quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
............................

Esquadros / Esquadrinhar
significado: buscar com cuidado e diligência até nos menores recantos; pesquisar; espionar; estudar com cuidado.
E eu... "eu vejo tudo enquadrado", quase sempre.
Fotografias a olho nú: pela janela do quarto, do carro, pela tela, pela janela...

Remoto controle
Remoto controle de um 'controle remoto' que eu não possuo. Vejo cores, alegrias e também me deparo com angústias e tristezas que não consigo desfazer. Vejo "doer a fome nos meninos que têm fome". Putz! Como é remoto, o meu controle. Não consigo transformar a cena.

Quem é ela, quem é ela? 
Pode ser eu, que enquanto observo o mundo, também me vejo, enquadrada ou esquadrinhada, tanto pelo reflexo da janela, quanto pelo olhar do outro.
Pode ser o outro. Que mistério é o 'outro'! Um universo particular...


Os automóveis correm para quê?
Cada qual com a sua urgência. E são muitas. Não sei se tão urgentes quanto parecem. A vida é tão rara! E me parece que imediata, também. Nada pode esperar. A vida tem pressa de chegar a lugar nenhum.


As crianças correm para onde?
Perdidas. Vejo pessoas perdidas todos os dias. E, consideravelmente, mais adultos que crianças. Correm o tempo todo e nem mesmo sabem onde querem chegar, e porquê. Me parece que o deslocamento, por si mesmo,  já é suficiente. 'O que você não pode é ficar parado! Ande! Um dia você descobre onde tem que chegar.' Têm pessoas que passam uma vida inteira correndo sem saber pra onde. Considero isto muito triste e estressante. Como um cachorro que corre atrás do seu próprio rabo: se cansa, se fadiga e continua frustrado.


É... complexo! Muito complexo! rs

Boa Semana a todos!
Grande abraço.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Laranja Mecânica - 1971

(Laranja Mecânica - 1971)


Um filme doido demais!
Conceitualmente, riquíssimo! 
Incrível.
Cheio de simbolismos psicanalíticos.
Impactante.
Mexe com as idéias. 

Baixar filme (legendado)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A criança que ri na rua - Fernando Pessoa


A criança que ri na rua

A criança que ri na rua,  
A música que vem no acaso,  
A tela absurda, a estátua nua, 
A bondade que não tem prazo.

Tudo  isso excede este rigor 
Que o raciocínio dá a tudo,  
E tem qualquer cousa de amor,  
Ainda que o amor seja mudo.

(Fernando Pessoa) 

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Chuck Berry - A Lenda

Fica a dica...


(Chuck Berry)

Única apresentação, nesta quarta-feira, dia 12, no Vivo Rio.
...............
“O Pai do Rock”
Gênio da guitarra e um dos pais do rock faz única apresentação no Vivo Rio

Charles Edward Anderson Berry, mais conhecido como Chuck Berry, dispensa apresentações. Mas, para os desavisados, algumas informações podem ilustrar a importância deste guitarrista para a música mundial. Ícone que estabeleceu o rock como uma forma musical e uniu o mundo dos negros e brancos na música, influenciou Elvis Presley, The Beatles, Rolling Stones e Eric Clapton, que chegou a declarar que “se não fosse Chuck Berry, jamais teria pegado em uma guitarra”.

Sua maneira inconfundível de tocar imortalizou hits como: "Johnny B. Goode" (1958), "Roll Over Beethoven" (l956) e "Sweet Little Sixteen" (1958), que obrigatoriamente constam em seu set list para o delírio geral do público, que ainda aplaude sua performance particular no palco, com o músico gesticulando, correndo e fazendo o seu clássico "duck-walk". Por essa razão, sua música atravessa gerações.

Chuck Berry
Charles Edward Anderson Berry é um dos precursores do rock and roll e um de seu maiores representantes. Ainda criança se iniciou na música, em corais evangélicos, levado pelo pai que era pastor protestante. Aos 14 anos teve seu primeiro contato com uma guitarra, pouco antes de passar uma temporada em um reformatório, por furto.

Ao ficar livre, Berry havia se desinteressado pela música e trabalhou alguns anos em uma fábrica de automóveis. Por pouco não se tornou cabeleireiro. Apenas em 1946 voltou a tocar. Em 1952 tocava profissionalmente em uma banda de estilo blues-country. À medida em que se destacava como atração principal dos palcos onde se apresentava, o nome do grupo foi mudado para Chuck Berry Combo. Participavam da banda Eddie Hardy (baterista) e Johnnie Johnson (o homenageado oficial da música Johnny B. Goode) e a quem Berry chamada de "o melhor pianista".

Em 1955 iniciou sua carreira na Chess Records em Chicago. Gravou (com Willie Dixon no piano) duas músicas: "Ida May" (mais tarde regravada como "Maybellene") e "Wee Wee Hours". O single chegou ao quinto lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos. Menos de um ano depois, Berry já vendia mais discos que todo o staff da gravadora. Misturando o country e o blues com narrativas sobre o cotidiano da juventude, o amor e carros velozes, estourou naquele mesmo ano com "Maybellene".

Em 1986 tornou-se um membro inaugural do Hall da Fama do rock and roll. Sua autobiografia foi publicada em 1988.

Classificação 16 anos. Menores de 16 anos somente acompanhados do responsável legal.
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Local: Vivo Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo
Rio de Janeiro - RJ 
Horário: 21:30h

terça-feira, 11 de maio de 2010

Canecão é reintegrado à UFRJ

"Oficial de Justiça e policiais federais fecham o Canecão".
(O Globo 10/05/2010)

Policiais federais e um oficial de Justiça realizam na noite desta segunda-feira ação de reintegração de posse do terreno e do prédio da casa de shows Canecão, em Botafogo, à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A operação, que ocorre sem tumulto, visa a cumprir uma decisão da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro favorável à instituição de ensino. Os agentes federais estão lacrando as entradas do imóvel.

O reitor da universidade, Aloísio Teixeira, esteve mais cedo no local e disse que, uma vez liberado, o espaço abrigará um centro cultural.

- Depois que eles saírem, vamos convocar integrantes da classe artística para desenhar esse projeto. A universidade não dispõe de uma fartura de recursos para investir. Mas, com apoio político e artístico, vamos conseguir - disse.

UFRJ e Canecão brigam desde 1997 na Justiça pela posse do terreno, de 116,2 mil metros quadrados.
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É estranho pensar que o Canecão não será mais ali.
Mas é certo também, que esta noticia nos favorece como classe artística.
Tomara que a UFRJ consiga administrar adequadamente e que este espaço não acabe ocioso e abandonado como tantos outros. Isto sim seria um crime contra a cultura e a classe artística.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Individuo, o Humano e a Sociedade 2

(Laranja mecânica - 1971)

Ainda sobre a origem da maldade no homem...

Segundo Rosseau* o homem é essencialmente bom. A sociedade que o corrompe. Gostei. Mas ainda não me foi satisfatório. Daí assistindo o filme "laranja mecânica" de  Kubrick pensei que uma das caracteristicas mais importantes do homem é o poder de escolha.  Na verdade, nem o proprio Deus nos privou disto: Escolher. Entre o bem e o mal. Independente das "más pulsões" que gritam dentro de nós, essencialmente, ou geradas pela sociedade. Sempre nos resta a escolha. E a responsabilidade desta. 

Não escolher, não é bom. 

A bondade vem de dentro. Não se "engole". E a maldade não se cura, sem reflexão, arrependimento e metanóia. Então pensando em Rosseau, na "laranja mecânica" e no Gênesis, posso dizer que o bem e o mal estão sempre a disposição do homem, e cabe a ele a escolha. Sempre. Desde sempre e para sempre.

Só existe o mal, porque existe o bem. E honestamente, precisamos que ele continue existindo. Ele nos exorcisa. Diminui nossas angustias interiores. Identificar o mal é bom pra sociedade, porque parametriza o bem. "Isto é o mal e eu não o exerço, portanto sou uma pessoa de bem." 

(Eita assunto pra ser questionado, debatido, e nunca esgotado!)

Entendendo que o que move o mundo são as perguntas e não as respostas e parafraseando Clarice Lispector ("quando eu não tiver mais perguntas, eu paro de escrever"), fico por aqui... por enquanto...

Um grande abraço e Boa semana.


Jean-Jacques Rousseau: Nascido em Genebra (28 de Junho de 1712), foi um filósofo genebrino, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês e também um precursor do Romantismo. Defendia que todos os homens nascem livres, e que a liberdade faz parte da natureza do homem.