"Meu coração dilacerado agradece sinceramente a todos vocês
e peço que tomem conta de mim. Beijos"
e peço que tomem conta de mim. Beijos"
(postado por Cissa Guimarães via twitter em 24/julho,
4 dias após a morte de seu filho caçula, Rafael Mascarenhas)
4 dias após a morte de seu filho caçula, Rafael Mascarenhas)
Têm momentos na vida que só temos força pra fazer um pedido: tomem conta de mim. Não pedimos água, nem comida, nem cobertor, nem banho, nem beijo, nem abraço, nem companhia. Queremos cuidado. Mais do que querer, precisamos.
Neste caso, é o luto. Dizem que não há dor pior do que a perda de um filho. Imagino. Perder uma pessoa amada é muito ruim. Em qualquer idade. O vazio é horroroso. A pessoa vai embora, mas fica todo o resto: o cheiro, as roupas, as fotos, os bilhetes...
"...tomem conta de mim." Só isso. Normalmente as pessoas não sabem o que dizer a alguém que está em luto. Preferem nem ligar, nem chegar muito perto. De fato, muita gente perto no ranger da dor é ruim (minha opinião), mas como precisamos que cuidem da gente. O chão some. O apoio assume um significado quase que literal. Nossas pernas e colunas não são suficientes para nos manter em pé.
Desconheço uma fórmula, um padrão comportamental do "bom cuidador". Arriscaria dizer que o "bom cuidador" é aquele que se identifica com a dor do outro; que busca sabedoria pra se apresentar no melhor momento; que observa, mesmo de longe, a necessidade do outro e age para supri-la (digo agir porque orações são sempre bem vindas, mas ninguém vive só de oração, e quem só ora pra mim é um preguiçoso); é aquele que abraça como quem acolhe, como quem traz pra si.
Conheci "bons cuidadores" ano passado. Poucos. São sempre poucos. E não acho que precisem ser muitos não. Os que tive, me foram preciosíssimos e suficientes. Ainda dói. Muito. Ainda é difícil seguir em frente. Por isso digo que imagino a dor que ela esteja sentindo. Só imagino. Porque a dor é dela. A dor é de quem sente. É egoísta mesmo. E pra quem só imagina, só resta o cuidado. Tomar conta.
Conheci "bons cuidadores" ano passado. Poucos. São sempre poucos. E não acho que precisem ser muitos não. Os que tive, me foram preciosíssimos e suficientes. Ainda dói. Muito. Ainda é difícil seguir em frente. Por isso digo que imagino a dor que ela esteja sentindo. Só imagino. Porque a dor é dela. A dor é de quem sente. É egoísta mesmo. E pra quem só imagina, só resta o cuidado. Tomar conta.
Sou eternamente grata aos que de mim cuidaram.
Eu os reconheço no meio de muitos.
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