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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eleições 2010

Onde reside o maior problema: nos políticos ou nos eleitores?
Quais cuidados devemos ter na escolha daqueles que em nosso nome governarão o nosso Estado,
 o Brasil e nos representarão nas instâncias do legislativo?
(Eli Fernandes)

Os eleitores do Brasil terão oportunidade, no próximo mês, de votar em seus candidatos para Presidente da República, Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual. O voto é responsabilidade do cidadão, especialmente dos evangélicos, que oramos pelo futuro do Brasil. 

Algumas pessoas pregam por aí a favor da abstenção ou do voto nulo. Não concordo com essa opção. Temos de votar bem, procurando informar-nos sobre os candidatos.

Ando muito triste como a coisa pública tem sido tratada no Brasil. Projetos de lei aguardam votação em Brasília que, se aprovados, afetarão os direitos constitucionais de liberdade de culto, expressão natural do estado laico.

Não possuo carteirinha de membro de nenhum partido político. Não estou comprometido com a campanha de nenhum dos amigos que postulam algum dos mandatos que as próximas eleições ensejam. Não usarei a pena ou o púlpito para fazer campanha contra quem quer que seja ou qualquer dos partidos. Não me vejo autorizado, como também não farei uso do púlpito para aconselhar os membros da LIBER a descartarem legendas. Os princípios batistas de liberdade de consciência não me permitem essa atitude. Defendemos a liberdade de consciência.

Também a separação igreja/estado. O púlpito não poderá ser interpretado, em qualquer momento, como um palanque.

Meu dever profético, como pastor, assim como fizeram Amós e Oséias, é alertar minha igreja quanto aos perigos do momento atual, social, espiritual e político porque passamos.

Quantos estão acompanhando o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3),em cujo texto (que o próprio Presidente do Brasil diz não ter lido devidamente, antes de assiná-lo) muitas das vitórias que dizem respeito aos valores cristãos, obtidas no próprio Congresso Nacional, pela influência no passado recente dos parlamentares cristãos, estão sob séria ameaça de retrocesso. Esse é apenas um exemplo que me conduz ao exercício da cidadania, levando a Igreja a refletir, a conhecer, a ponderar, orar e depois votar consciente e construtivamente!

Estou convencido de que o problema não está nos políticos e sim nos eleitores, que votam em maus candidatos.

Somos conhecidos dentro e fora de Brasil como o povo que dá um jeitinho em tudo. O Brasil pára para conhecer e aplaudir os “nossos heróis” vencedores de reality shows, enquanto admiramos pobres que se tornam ricos do dia para a noite; quando celebramos as gambiarras que puxam o sinal da TV a Cabo do vizinho que está pagando; quando compramos CDs piratas “evangélicos”.

Nessa Semana da Pátria, que o espírito cívico, a responsabilidade de cidadania e o compromisso de Povo de Deus nos conduzam a votar com responsabilidade e propósito. Que e “o sol da liberdade, em raios fúgidos, brilhe no céu da Pátria neste instante”.

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Não estudar os candidatos diante da responsabilidade do poder do voto, é banalizar o preço alto que foi pago pela democracia que hoje estamos inseridos.

Estamos às margens de uma nova crise  financeira mundial, gravitacionada por problemas na economia americana. Isto muito nos afeta! Economia estabilizada nos permite maiores chances de crescimento financeiro e profissional. Economia em crise e juros altos são uma bomba nas nossas finanças e planilhas. Bomba de cocô! É só pensar na maneira como fomos criados, por exemplo: cheios de restrições; nada de supérfluos; poucas viagens; escola pública; restaurante e cinema só em datas especiais... nossos pais nem sequer conseguiam manter uma reserva financeira  na poupança, e os que conseguiram acabaram perdendo as economias de uma vida inteira de trabalho. Dificil. A vida era muito mais dificil. Eu não quero ter que viver isso com meus filhos: ter que correr no supermercado pra aproveitar o preço bom de um produto que já mudou de valor pelo menos umas 3 vezes naquele mesmo dia; só ter condições de comprar carne de segunda; não conseguir sair do mercado com tudo que se pôs no carrinho; ter que comprar dólar pra não perder tanto dinheiro com as alterações inflacionárias... não ter condições de pagar os estudos, a natação, o inglês, a faculdade...

Nossos pais não tiveram a metade das oportunidades de crescimento e estabilidade que nós temos hoje. E a velhice deles, hoje, também não é a das melhores. Em tempos dificeis, planejar a velhice é um luxo. Imagina! Quase tinham que vender o café pra poder comprar o almoço (e hj nós nos regalamos em restaurantes variados, sem nenhuma preocupação de escassez. chega a ser irônico). Não dava! Vivia-se com o que se tinha e pronto. Entrada e saída, entrada e saída... mês bom era quando o balanço ficava no zero a zero.

Precisamos estar atentos! Esse negócio chato de política, leis, eleições, nos afetam mais do que supõem nossa vã filosofia. Jesus ainda não voltou! Acredite! Sei que não somos desta terra, mas ainda estamos por aqui e há muito a ser feito. Tem muito sonho em jogo. E vidas também.

A galera tá levando muito a sério esse negócio de "deixa a vida me levar...". Quando se derem conta vão estar na merda. Nunca vi corrente puxar pra lugar seguro. Quem não rema e se entrega, paga o preço de ter que aceitar o curso da maré. E quase sempre o destino é o buraco.

Nós podemos fazer mais! Nós podemos votar com mais sobriedade e segurança, nos informando melhor sobre as propostas de governo dos candidatos; estudando como funciona a nossa máquina democrática (quem elabora, quem vota, quem sanciona, quem executa, quem fiscaliza, quem pune); acompanhando propostas e projetos de lei em andamento; colocando o voto no lugar certo (nem todo voto é direto e majoritário); assistindo todos os debates e sabatinas, possíveis. Enfim, precisamos deixar a preguiça de lado para sairmos da alienação política. Precisamos conhecer melhor para opinarmos com atitude. Juventude alienada, burra e sem atitude, é feia. Não combina. "Nós podemos tudo. Nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será."
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*Eli Fernandes: Pastor da Igreja Batista da Liberdade em São Paulo.

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