Ferrugem
(Djavan)
Mera luz
que invade a tarde cinzenta
e algumas folhas deitam
sobre a estrada
O frio é o agasalho
que esquenta
O coração gelado
quando venta
movendo a água
abandonada
Restos de sonhos
sobre um novo dia
amores nos vagões
vagões nos trilhos
Parece que quem parte
é a ferrovia
Que mesmo não te vendo te vigia
Como mãe
Como mãe
que dorme olhando os filhos
com os olhos na estrada
E no mistério
solitário da penugem
vê-se a vida correndo parada
como se não existisse chegada
Na tarde
distante
Ferrugem
ou nada
........................
Voltando a escrever por aqui.
O tempo é curto, mas a vontade é grande.
Falando sempre de coisas aqui de dentro.
Falando de mim, mas nem sempre, por mim ou somente para mim.
Um pensamento, enquanto dentro, é só meu, ou só seu. Uma voz anunciada cria eco, se une a outros pensamentos, outras pessoas. Vira nosso. É o poder da identificação. Que só é possivel quando o pensamento vem morar fora da cabeça da gente. E é por isso, especialmente, que escrevo e compartilho (besteiras, bobeiras, sentimentos, reivindicações...). Porque acredito no poder pacificador da identificação. Porque é justo que seja assim.
Não estamos sós. Nem eu, nem você. Nem os nossos monstros.
Bom dia!
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