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sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Arte de Consumo - Reflexão

O Amolecimento pela Sociedade de Consumo
(por Urbano Tavares Rodrigues, em "Ensaios de Escreviver" )

Nos países subdesenvolvidos, a arte (literatura, pintura, escultura) entra quase sempre em conflito com as classes possidentes, com o poder instituído, com as normas de vida estabelecidas. Em revolta aberta, o artista, originário por via de regra da média e da pequena burguesia ou mais raramente das classes proletárias, contesta o status quo, propõe soluções revolucionárias ou, quando estas não podem sequer divisar-se, limita-se a derruir (ou a tentar fazê-lo pela crítica, violenta ou irónica) o baluarte dos preconceitos, das defesas que os beneficiários do sistema de produção ergueram contra as aspirações da maioria. Nas sociedades industriais mais adiantadas, o artista pode permanecer numa atitude idêntica de inconformismo; porém, os resultados da sua actividade de criação e reflexão tornam-se matéria vendável e, nalguns casos, matéria integrável.

O consumo do objecto artístico, seja ele o livro, o quadro ou o disco, quando feito sob uma tutela de opinião, que os meios de comunicação de massa, em escala larguíssima , exercem, torna-se, senão totalmente inócuo, pelo menos parcialmente esvaziado do seu conteúdo crítico. Despotencializa-se. Amolece. É o que se verifica, por exemplo, em boa parte, nos Estados Unidos. A ideologia repressiva da liberdade no mundo capitalista monopolista torna-se tanto mais perigosa quanto absorve, ou procura absorver, as próprias formas políticas de exercício das liberdades ditas essenciais, quando aceita no seu seio o escritor, acusador iconoclasta por natureza, recuperando-o em banho asséptico, limando-lhe os dentes. Mas, entendamo-nos, nem sempre o artista se dá conta dessa operação, até porque nem sempre, de facto, é ele próprio o paciente da operação que lhe reduz a perigosidade, senão que o é, sim, a sua obra, a qual, pelo poder diminutivo de uma dada comercialização, se rectifica. 
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O mundo está infestado de porcarias, vazias, que vendem muito, mas nada dizem.

É preciso colocar cada coisa em seu lugar: arte é arte; entretenimento é entretenimento. E este último tem como único objetivo o ocupar das horas, a distração (gerando, muitas vezes, um emburrecimento total e absoluto). Enquanto a arte aguça, além da contemplação, o sentimento, a sensibilidade, o desejo, a reflexão, a critica e o abrir de possibilidades do "ver-mundo" antes não conhecidas.

Salvemos pois, a Arte! 
E salvemos também nossas mentes e expressões, do vazio critico e amolecido, que nos impele o mercado capitalista. 

Bom final de semana a todos.
Um grande abraço.


* Urbano Tavares Rodrigues: escritor português.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tour 2010 Voca People - Vivo Rio

O grupo performático israelense Voca People está no Brasil. 

Só hoje e amanhã no Vivo Rio.



O conjunto conquistou a simpatia do público e - desde seu lançamento em Setembro de 2009 - já registrou mais de sete milhões de acessos em seu site no Youtube. Em Setembro passado, o grupo esteve no Brasil em curta e bem sucedida temporada. Do à capela ao Beat-Box, eles apresentam um espetáculo de altíssima qualidade e recheado de muito bom humor.

Em suas performances, o público irá conferir a fabulosa capacidade de reprodução sonora que esses cantores possuem. O grupo não se utiliza de nenhum instrumento musical para interpretar o que quer que produza som. A voz é o único instrumento dos Voca. Vale a pena ver e participar.

Vivo Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo
Rio de Janeiro - RJ 

Maiores Informações

CCBB - Projetos Culturais 2011

CCBB
Inscrições para projetos culturais 2011
De 1º de maio a 1º de junho de 2010

A partir do dia 1º de maio de 2010 estarão abertas as inscrições para programação 2011. Os projetos selecionados irão compor a grade de programação dos Centros Culturais Banco do Brasil Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, nas áreas de música (popular, erudita e instrumental), exposições (pintura, escultura, fotografia, gravura, instalação, multimídia e outros), artes cênicas (teatro, dança, performance, circo, ópera), cinema e vídeo (mostras e festivais), programa educativo (oficinas, cursos e visitas orientadas) e ideias (palestras, seminários e conferências).

As inscrições são gratuitas, vão até o dia 1º de junho de 2010 e estão abertas a pessoas físicas e jurídicas, de qualquer nacionalidade e região do País, sendo feitas exclusivamente pelo site bb.com.br/cultura.

No ato da inscrição os projetos não precisam estar necessariamente aprovados pela lei de incentivo à cultura. No momento de eventual contratação o proponente, se pessoa física, deverá apresentar uma empresa com personalidade jurídica com atuação na área cultural. Também será solicitada a aprovação do Ministério da Cultura para a captação de recursos incentivados.

A pessoa jurídica a ser contratada, seu representante legal e o proponente do projeto devem estar em situação regular com as Receitas Federal, Estadual e Municipal, a Dívida Ativa da União, o INSS, o FGTS e com o Banco do Brasil.

O projeto deverá conter as seguintes informações:
a) dados do Proponente PF ou PJ: nome, CPF/CNPJ, endereço, telefone, e-mail, currículo;
b) dados do projeto: área cultural, segmento cultural, título, espaço pretendido;
c) descrição: descrever, narrar, contar como será o projeto;
d) justificativa: demonstrar, fundamentar a importância da realização do projeto no cenário cultural e artístico para a sociedade;
e) sinopse: resumo, síntese do projeto;
f) ficha técnica: função e nome de todos os participantes do projeto, inclusive breve currículo;
g) cronograma: fases e períodos da pré-produção, produção e pós-produção do projeto;
h) orçamento: item orçamentário, quantidade de item necessários, unidade, valor unitário.

Seleção dos projetos
A seleção dos projetos inscritos para a grade de programação dos Centros Culturais será feita por comissão técnica dos Centros Culturais Banco do Brasil e com a participação de especialistas do mercado cultural. Os critérios observados na seleção dos projetos são: relevância temática, ou seja, importância histórica, cultural e artística; viabilidade técnica, originalidade e ineditismo da proposta; compatibilidade com os preços praticados pelo mercado e identidade com os princípios e valores do Banco do Brasil.

Em 2009, concorreram à programação dos três CCBB mais de 4.012 projetos. Após análise da equipe técnica, foram selecionados 161 projetos para compor a programação cultural de 2010.

A divulgação dos projetos selecionados está prevista para o último trimestre de 2010 e os resultados serão publicados no portal bb.com.br.

O edital completo estará disponível a partir do dia 1º de maio de 2010.

Contatos
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
• Rua Primeiro de Março, 66 - Centro 
20010-000 / Rio de Janeiro (RJ)
(21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br 
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 21h.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dia da Educação - Rachachando

Sem nenhuma intenção de desvalorizar o papel da escola na sociedade. Apenas utilizo o caso de Ernesto (video abaixo) na tentativa de fazer refletir sobre o significado do termo educação. Existe, de fato, um lugar exclusivo onde se faça-aprenda educação? Onde seria? 



Entendendo educação como algo que ultrapassa os muros de uma escola, pensar que a responsabilidade desta está exclusivamente na sala de aula é um grave erro. Em tudo se aprende. I-ne-vi-ta-vel-mente, segundo Ernesto. Seja formalmente, seja "rachachando".

Salve o Construtivismo!

*Construtivismo: é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre indivíduo e o meioAssim, o sujeito do conhecimento está o tempo todo modelando suas ações e operações conceituais com base nas suas experiências.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Só pra Dizer...

Os Meus Extremos
(Ricardo Gondim)

"Minha vida é pêndulo. Oscilo entre o bem que desejo e o mal que rechaço. Sei que minhas sombras não são todas ruins e minhas luzes não são todas boas.

Minha vida é sístole e diástole, fluxo e refluxo. No vai-e-vem de minhas emoções choro e rio, fico e vou. Não receio mostrar covardia e hesito nas coragens.

Minha vida é dança na encosta do abismo. Prestes a despencar, no limite do perigo, corro o risco de tornar-me o fiasco do milênio. Mesmo assim, jogo e aposto atrevidamente. Mesmo sabendo que posso ferir-me, enfrento a corda bamba.

Minha vida é estrada esburacada. Nos solavancos das crateras que se abriram pelo caminho, tento aprumar-me. Não quero perder a direção. Vou por trilhas menos pavimentadas, mas vez por outra, cansado, prefiro cortar caminho.

Minha vida é simultaneidade de satisfação e fome. Os desejos cumpridos deixam sobra, um resíduo, de desprazer. Porém, por mais que as inadequações se mostrem onipresentes, celebro contente a minha sorte.

Minha vida é, ao mesmo tempo, vitrine e caverna. Convivo com plataformas e microfones. Falo para platéias. Sou fascinado por silêncios, por alcovas. Audaz com multidões e tímido com pessoas, opto por poucas palavras. Mas, dou a mão à palmatória, falo pelos cotovelos.

Minha vida é mescla de certeza e imprecisão. As dúvidas não me abalam, mas as certezas me confundem. Gosto de questionar e não tenho medo de ficar sem resposta. Os absolutos me incomodam, os dogmas me inquietam, as exatidões me deixam suspeitoso.

Minha vida é ameaça e bênção. Consciente dos ódios que já provoquei, vivo inseguro; sempre procurando redenção. Entusiasmado com a bênção que sou, alço o vôo da águia; sempre ousando novos desafios.

Minha vida é mistura de morbidez e sede de viver. Aguardo o apagar das luzes, reconheço a iminência do meu fim. Contudo, procuro desdobrar os minutos em “nano-frações” de felicidade.

Minha vida é preocupação despreocupada. Temo as contingências, mas o insólito me entusiasma . Repito aos quatro ventos que dores e alegrias entram na fabulosa receita desta existência, que o Criador projetou livre. Não há nada mais deslumbrante que a angústia, e nada mais surpreendente que a felicidade."
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E assim sigo...
E isto, que aqui divido, considero demasiadamente íntimo: os "óculos" que uso quando saio pra vida.
Um grande abraço.

Nem sempre sou Igual - Alberto Caeiro

Fernando Pessoa, por Alberto Caeiro...


(Fernando Pessoa)


Nem sempre sou igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.

Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés.
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
(Alberto Caeiro)*
...............

*Alberto Caeiro: é considerado o mestre de todos os heterônimos de Fernando Pessoa. Segundo o seu criador "Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. Morreu tuberculoso."

Heterônimos: diz-se de autor que publica um livro sob o nome verdadeiro de outra pessoa.

Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: Alberto Caeiro, nascido em Lisboa em 16 de abril de 1889/ Ricardo Reis, nascido no Porto em 19 de setembro de 1887/ Álvaro de Campos, nascido em Tavira em 15 de outubro de 1890.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Universal e outros Lixos

(Desconsiderando a briga entre as organizações globo e a rede record... porque neste caso, é o sujo falando do mal lavado. E lavar é a palavra de ordem:  pro dinheiro, pra mente e pra roupa suja. Todo mundo sabe que a globo lava as notinhas com a Fundação Roberto Marinho, Criança Esperança e tantas outras instituições filantrópicas. A record faz o mesmo com a Universal e o tal do Instituto Ressoar. Enfim, o foco aqui é outro.)

Definitivamente, eu não faço parte deste "evangelho" pregado e propagado pela IURD e cia. Isto não é cristianismo. Tem de tudo ali, menos Cristo. E a fé também é colocada em tudo! Menos no evangelho. Neopentecostalismo barato!

Nem tudo que reluz é ouro
Se todas essas pessoas que se dizem "evangélicas" estivessem sido transformadas pelo verdadeiro "espírito do evangelho", o mundo não estaria do jeito que está. O verdadeiro evangelho muda o homem e consequentemente o meio em que está inserido. Não me parece que o mundo ficou mais justo, menos violento, mais misericordioso, menos corrupto, menos perverso, com menos competição e mais paz interior, com mais aceitação das diferenças e menos intolerante. Igrejas lotadas. Corações vazios.

Se tiver interesse e paciência, leia com atenção o texto abaixo.
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As marcas da institucionalização da Igreja - Ed René Kivitz 
(publicado em 24/04/2010)

A igreja tem duas dimensões: organismo e organização, corpo místico de Cristo e instituição religiosa, que convivem e se misturam enquanto fenômeno histórico e social. O grande desafio é fazer a dimensão institucional diminuir para deixar o organismo espiritual crescer. O que se observa hoje, entretanto, é um movimento contrário, no qual muitas comunidades cristãs caminham a passos largos para a institucionalização, sem falar naquelas que estão com os dois pés fincados no terreno da religiosidade formal. Se não, observe o que eu chamo de marcas da institucionalização da igreja:

1. Liderança personalista. Quando a comunidade acredita que algumas pessoas são mais especiais do que outras, abre brecha para que alguém ocupe o lugar de Jesus Cristo e se torne alvo de devoção. Ocorre então uma idolatria sutil e, aos poucos, um ser humano vai ganhando ares de divindade. Líderes que confundem a fidelidade a Deus com a fidelidade a si mesmos se colocam em igualdade com Deus e, em pouco tempo, pelo menos na cabeça dos seus seguidores, passam a ocupar o lugar de Deus. Eis a síndrome de Lúcifer.

2. Ênfase na particularidade do ministério. Uma vez que o projeto institucional se torna preponderante, a ênfase não pode recair nos conteúdos comuns a todas as comunidades cristãs. A necessidade de se estabelecer como referência no mercado religioso conduz necessariamente à comunicação centrada nas razões pelas quais “você deve ser da minha igreja e não de qualquer outra”. Torna-se comum o orgulho disfarçado dos líderes que estimulam testemunhos do tipo “antes e depois de minha chegada nesta igreja”.

3. Ministração quase exclusiva à massa sem rosto. Ministérios institucionalizados estão voltados para o crescimento numérico e valorizam a ministração de massa, que se ocupa em levar uma mensagem abstrata a pessoas que, caso particularizadas e identificadas, trariam muito trabalho aos bastidores pastorais. Parece que os líderes se satisfazem em saber que “gente do Brasil inteiro nos escreve” e “pessoas do mundo todo nos assistem e nos ouvem”, como se transmitir conceitos fosse a única e mais elevada forma de dimensão da ministração espiritual. Na verdade, a proclamação verbal do evangelho é a mais superficial ministração, e deve ser acompanhada de, ou resultar em, relacionamentos concretos na comunhão do corpo de Cristo.

4. Busca de presença na mídia. Mostrar a “cara diferente”, principalmente com um discurso do tipo “nós não somos iguais os outros, venha para a nossa igreja”, é quase imperativo aos ministérios institucionalizados. A justificativa de que “todos precisam conhecer o verdadeiro evangelho”, com o tempo acaba se transformando em necessidade de encontrar uma vitrine onde a instituição se mostre como produto.

5. Projetos ministeriais impessoais. Ministérios institucionalizados medem seu êxito pela conquista de coisas que o dinheiro pode comprar. Pelo menos no discurso, seus desafios de fé não passam pelos frutos intangíveis nas vidas transformadas, mas em realizações e empreendimentos que demonstram o poder das coisas grandes. Os maiores frutos da missão da Igreja são a transformação das pessoas segundo a imagem de Jesus Cristo e da sociedade conforme os padrões do reino de Deus, e não a compra de uma rede de televisão ou a construção de uma catedral.

6. Exagerados apelos financeiros. Consequência de toda a estrutura necessária para sua viabilização, os ministérios institucionalizados precisam de dinheiro, muito dinheiro. As pessoas, aos poucos, deixam de ser rebanho e passam a ser mala-direta, mantenedores, parceiros de empreendimentos, associados.

7. Rede de relacionamentos funcionais. A mentalidade “massa sem rosto” somada ao apelo “mantenedores-parceiros de empreendimentos” faz com que as relações deixem de ser afetivas e se tornem burocráticas e estratégicas. As pessoas valorizadas são aquelas que podem de alguma forma contribuir para a expansão da instituição. Já não existe mais o José, apenas o tesoureiro; não mais o João, apenas o coordenador dos projetos Gideão, Neemias, Josué, ou qualquer outro nome que represente conquista, expansão e realizações.

8. Rotatividade de líderes. Não se admira que muitos líderes ao longo do tempo se sintam usados, explorados, mal amados, desconsiderados e negligenciados como pessoas. O desgaste de uns é logo mascarado pelo entusiasmo dos que chegam, atraídos pela aparência do sucesso e êxito ministerial. Assim a instituição se torna uma máquina de moer corações dedicados e esvaziar bolsos de gente apaixonada pelo reino de Deus. O movimento migratório dos líderes de uma igreja para outra é feito por caminhões de mudança carregados de mágoas, ressentimentos, decepções e culpas.

9. Uso e abuso de conteúdos simbólicos. A institucionalização é adensada pelos seus mitos (nosso líder recebeu essa visão diretamente de Jesus), ritos (nossos obreiros vão ungir as portas da sua empresa) e artefatos (coloque o copo de água sobre o aparelho de televisão), enfim, componentes de amarração psíquica e uniformidade da mentalidade, onde o grupo se sobrepõe ao indivíduo e a instituição esmaga identidades particulares. Os símbolos concretos (objetos, cerimônias repetitivas, palavras de ordem) afastam as pessoas do mundo das ideias. Quanto mais concretos os símbolos, mais amarrado e dependente o fiel.

10. Falta de liberdade às expressões individuais. Ministérios institucionalizados, personalistas, dependentes de fiéis para sua manutenção financeira e psicologicamente amarrados pelos conjuntos simbólicos não são ambientes para a criatividade e a diversidade. Todos brincam de “tudo quanto seu mestre mandar, faremos todos” e, inconscientemente, acabam se vestindo da mesma maneira, usando o mesmo vocabulário, gestos e linguagens não verbais. Seus rebanhos são compostos não apenas por “massa sem rosto” e “mantenedores-parceiros de empreendimentos”, mas também por “soldadinhos uniformizados”, o que, aliás, é a mesma coisa.
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É pra pensar...

Que Deus tenha misericórdia de nós. 
E nos salve, sempre que for preciso.

No amor dEle, que nunca se corrompeu e foi simples até a morte,
Monique Desiderio

Fórum de Discussão e Ciclo de Leituras


Fórum de Discussão e Ciclo de Leituras

Mantendo a parceria com o Museu João e Maria, os atores e produtores Bruno Quaresma e Deco Mansilha realizarão um fórum de discussão de textos teatrais de autores consagrados ou iniciantes, abrindo espaço para os novos talentos e perpetuando os antigos. O projeto pretende viabilizar, a cada apresentação, uma leitura de um texto teatral com um elenco de qualidade e um debate com o autor sobre a dramaturgia da peça, do contexto em que está inserido e do panorama do Teatro Brasileiro.

Nesta primeira apresentação, está garantida a presença do renomado estudioso e dramaturgo Carlos Augusto Nazareth, fundador do CEPETIN (Centro de Pesquisa e Estudo do Teatro Infantil) e do Prêmio Zilka Salaberry de Teatro Infantil. O texto escolhido para a leitura é “O Casamento de Dona Rosinha” – última obra infantil do autor. O debate abordará assuntos como quem é esse público infantil de agora, totalmente conectado aos aparelhos tecnológicos e redes sociais, quais as formas de adaptação entre as linguagens e outros. 

Não há limite de idade para participar e todos os presentes podem sugerir novos tópicos para a discussão.

Publico-alvo: as crianças, os pais, a classe artística ou qualquer interessado no assunto. 

Data: 29/04
Horário: 18h
Local: Museu João e Maria
Av. Marechal Floriano, 19 - sobreloja - Centro/RJ
Telefones: (21) 4009-7032 / (21) 2253-3257

ENTRADA FRANCA

Brasil: 510 anos - Trilhas pelo Rio Colonial


Pra quem gosta...

Um pouco de Historia e Arquitetura do Rio Antigo:
http://oglobo.globo.com/economia/morarbem/info/rio_colonial/default.asp

Excelente trabalho!
Vale a pena dar uma olhada.

Eleições 2010 - Ciro Gomes

Enquanto isso, na corrida presidencial...

Em nota, Ciro Gomes (PSB-CE) diz que não desistiu de ser candidato à Presidência da República, mas tudo indica que o PSB desistiu de apoiá-lo nesta empreitada, e irá somar forças com Dilma.

Uma pena. Ele é  meu candidato (ou seria?). Não queria votar no "cara de peixe".

Leia com atenção as principais declarações de Ciro ao iG

“Lula está navegando na maionese. Ele está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz ‘Presidente, tenha calma". (Sobre a tentativa de Lula eleger Dilma)
“Ele não é Deus". (Sobre a popularidade de Lula)
"Tiraram de mim o direito de ser candidato. Mas quer saber? Relaxei. Eles não querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a Dilma. Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma". (Ao assumir pela 1ª vez que está fora da disputa presidencial)
“Não me importava de ser um candidato com 2%, 5%, 10% das intenções de voto. Acho que minha presença nos debates e nos programas de televisão poderia provocar uma discussão no país, uma discussão sobre o futuro do Brasil.” (Sobre ser candidato)
“Minha sensação agora é que o Serra vai ganhar esta eleição. Dilma é melhor do que o Serra como pessoa. Mas o Serra é mais preparado, mais legítimo, mais capaz. Mais capaz inclusive de trair o conservadorismo e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos.” (Sobre José Serra, candidato do PSDB à presidência)
“Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou. Sei lá. Vai ver viajo, vou virar intelectual. Vou fazer outra coisa". (Sobre o apoio a Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência)
"Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial. Como estamos numa fase econômica e aparentemente boa, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita. Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir. (Sobre economia)
"Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo. Vai ser uma m…” (Sobre a campanha presidencial)
“Sempre fui acusado de ter trocado muito de partido. Minha vida partidária é uma tragédia mesmo”. (Sobre sua vida política)
(Resumo publicado no iG)

Leia a integra em

quinta-feira, 22 de abril de 2010

J.S.Bach - Missa em Si menor

Um pouco de música...

MISSA EM SI MENOR, BWV232
Esta obra demorou 25 anos para ser concluida. Muitos se referem a ela como a "obra-testamento" de Bach. O Sanctus foi escrito em 1724, enquanto o Credo data do final da vida de Bach. O Kyrie e o Gloria foram extraidos de uma missa de 1733 para a corte de Dresden, e os quatro últimos movimentos são peças paródicas, baseadas em outras músicas e acrescentadas mais tarde.

Bach era um artesão. Suas estruturas harmônicas são minuciosamente intrincadas (Nietzsche disse que a música de Bach dava-lhe o vislumbre da "ordem mais elevada das coisas").

Particularmente, é um dos meus compositores favoritos.

Tive o prazer de participar da montagem desta obra em 2005 com a Cia. Bachiana Brasileira (direção e regência do maestro Ricardo Rocha), na Sala Cecilia Meireles, Rio de Janeiro. Uma obra magnifica! Com um grau de dificuldade desafiador. Do jeito que eu gosto! Uma experiência fantástica!




Leia a Critica
http://www.universomusical.com.br/materia.asp?mt=sim&cod=id&id=575

Abaixo, o Kyrie
Por Thomanerchor  (fundado em 1212,  é uma das mais antigas e famosas formações de corais de meninos da Alemanha). Na Igreja de São Thomas, Leipzig, Alemanha (igreja onde Bach foi Kantor de 1723 a 1729, periodo de grande produtividade). Direção e regência do maestro Georg Christoph Biller.



Assista a integra da Missa em Si menor de Bach em
http://www.youtube.com/user/kelsiejackson

Eleições 2010 - Pesquisa Ibope

Ibope: Serra mantém vantagem sobre Dilma

Pesquisa Ibope encomendada pelo Diário do Comércio aponta o candidato do PSDB, José Serra com 36% das intenções de voto e Dilma Rousseff, do PT, com 29%. Os sete pontos que os separam eram cinco na pesquisa anterior (35% a 30%).

O levantamento mostra ainda o pré-candidato Ciro Gomes (PSB) com 8% e Marina Silva, do PV, também com 8%.

Em um possível segundo turno, segundo o Ibope, Serra venceria com 46% dos votos e Dilma teria 37%.

Na pesquisa espontânea, com a pergunta "Se a eleição fosse hoje, em que candidato você votaria?", aparece em primeiro lugar o atual presidente, Lula, com 16% das intenções, seguido de perto por Dilma, com 15%, e Serra, com 14%. Ciro, Marina Silva e Aécio Neves (PSDB) aparecem com 1%.

Quanto à taxa de rejeição dos candidatos pelo eleitorado, 48% disseram que não votariam em Ciro Gomes "de jeito nenhum", 43% em Marina Silva, 34% em Dilma Rousseff e 32% em José Serra.

A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 18 de abril com 2002 entrevistados em 141 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foi registrada no TSE sob o número 9070/2010.

Dá-lhe Lula! O Rei do Povo!

Fonte: Diário do Comércio (21/4/2010) 

terça-feira, 20 de abril de 2010

Tudo convém para o Homem ser Completo

(Augusto dos Anjos)*

Contrastes
(Augusto dos Anjos)

 

"A antítese do novo e do obsoleto,

O Amor e a Paz, o ódio e a Carnificina,

O que o homem ama e o que o homem abomina,

Tudo convém para o homem ser completo!

 

O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,

Uma feição humana e outra divina

São como a eximenina e a endimenina

Que servem ambas para o mesmo feto!

  

Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!

Por justaposição destes contrastes,

junta-se um hemisfério a outro hemisfério,

  

As alegrias juntam-se as tristezas,

E o carpinteiro que fabrica as mesas

Faz também os caixões do cemitério!..."



*Augusto dos Anjos: poeta brasileiro, nascido no estado da Paraíba. Foi alfabetizado pelo pai. Poeta precoce, compôs os primeiros versos aos sete anos de idade. Sua poesia é marcada pela melancolia. Identificado pelos críticos, como pré-moderno, morreu de pneumonia aos 30 anos. Se estivesse vivo, completaria hoje 126 anos de idade.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Indivíduo, o Humano e a Sociedade

(O bom samaritano, Van Gogh)

"O Individuo só se torna humano a partir de sua interação com os demais seres humanos."

O homem é essencialmente mau ou torna-se mau enquanto torna-se humano? Eis a questão.

O ódio, o rancor, a inveja, a ingratidão... estariam essencialmente dentro de nós, individuos, desde sempre, ou adquirimos no ranger das relações com outros individuos? 

Relacionar com o outro é dificil, pois "o inferno são os outros". Porém, viver só, é morrer.

Então o que fazer de nossas relações, diante de um mundo de pessoas corrompidas com a parte "ruim" de tais relações humanas? O isolamento, inicialmente, me parece uma boa opção. Mas sem relacionar-se o individuo não produz cultura. (Dificil este negócio de amar ao próximo como a nós mesmos, como idéia-chave do cristianismo. É muito mais fácil pagar os tributos, entregar sacrificios, louvar e adorar somente ao Senhor, do que relacionar com o outro. Amá-lo, então! Putz!)

Não sei quando o individuo torna-se mau. Mas sei que a maldade está em nós. É inerente ao ser humano. Horrivel, isso! Digo, por mim, por você e por nossas relações. Amar e perdoar: a tarefa mais dificil do cristianismo. E se não ousamos vivê-la, a cruz perde completamente o sentido. E o sacrificio de Cristo torna-se vão. Absolutamente.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine./ E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria./ E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria./ O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece./ Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;/ Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;/ Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta./ O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;/ Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;/ Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." (1 Corintios 13)


O que você fez, daquilo que te fizeram?

Segundo Jean-Paul Sartre todos nós somos livres e devemos assumir a responsabilidade por esta liberdade. Inclusive por quem somos. Porque somos quem escolhemos ser. Que tipo de individuo quer ser?

Agora é com você.